SAEI de Infectologia conta com novo especialista Médico de Referência em Genotipagem

Saúde
SAEI de Infectologia conta com novo especialista Médico de Referência em Genotipagem 20 abril 2017

 

 

O médico infectologista e diretor clínico do Serviço de Ambulatórios Especializados em Infectologia “Domingos Alves Meira”, administrado pela Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), Alexandre Naime Barbosa, passou a ocupar recentemente a função de Médico de Referência em Genotipagem (MRG) com a responsabilidade de ajudar pacientes com HIV a trocarem a terapia.  Todos que exibem falha ao tratamento, ou seja, estão com carga viral do HIV no sangue detectável após seis meses de acompanhamento, devem trocar a medicação.

De acordo com o especialista, vários municípios do Centro-Oeste Paulista, com uma população estimada de 4,5 milhões de pessoas, ficam sob a responsabilidade de interpretação pelos MRGs do SAEI-DAM Botucatu. O número de pessoas vivendo com HIV/Aids nessa região é de cerca de 5 mil pessoas.  O SAEI-DAM é responsável pelo seguimento de aproximadamente 1.000 pessoas vivendo com HIV/Aids de diferentes regiões do Estado de São Paulo, e até mesmo de outros estados.

“A resistência aos antirretrovirais continua sendo um problema na prática clínica para quem lida com o paciente com HIV. Apesar da gradativa diminuição na possibilidade de falha virológica ao tratamento, a transmissão de vírus resistentes ainda é uma realidade. Nesse contexto, a genotipagem, com sua classificação viral e busca por identificação de mutações, consiste em relevante instrumento de monitoramento para o tratamento antirretroviral”, comenta Naime.

Para o infectologista, a aplicação da genotipagem evita trocas desnecessárias de antirretrovirais, propiciando uma escolha direcionada em vez de empírica e, evitando toxicidade desnecessária de medicamentos com pouca ou nenhuma atividade. Da mesma forma, têm muita importância os testes de genotipagem realizados antes do início do tratamento de pacientes que nunca usaram antirretrovirais, proporcionando mais confiança ao médico e também ao paciente na escolha terapêutica mais adequada.

“Detectar a resistência genotípica (mutações do HIV) em pacientes em uso de terapia antirretroviral possibilita uma re-orientação do tratamento e seleção de uma terapia de resgate. Considerando essa necessidade, o Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais implantou a Rede Nacional de Genotipagem (Renageno) para executar o exame de genotipagem. Por essa rede, é possível estimar, nas diferentes áreas geográficas e subtipos circulantes, a prevalência de mutações e sua associação com o estadiamento clínico, exposição prévia aos medicamentos e aos esquemas terapêuticos em uso no momento da coleta”, esclarece Naime.

O Sistema e Informação para Rede de Genotipagem foi desenvolvido para suprir o projeto de implantação da Rede Nacional para Genotipagem do HIV-1 (Renageno) em pacientes com falha terapêutica aos antirretrovirais. Este sistema armazena informações geradas a partir dos exames realizados para futuras análises e serve como ferramenta de acompanhamento dos referidos exames para Médicos de Referência em Genotipagem (MRG) e laboratórios credenciados.

 Sobre o Médico de Referência em Genotipagem (MRG)

A principal função do MRG é a análise crítica do exame de genotipagem, e sua interpretação clínica auxiliando o médico que está acompanhando o paciente com falhas no tratamento. Historicamente, a importância do MRG foi demonstrada no estudo espanhol HAVANA, por meio do qual notou-se que o resgate baseado em genotipagem levou 55,5% dos pacientes a obterem carga viral indetectável, enquanto que esta porcentagem foi de 42,5% no segundo com resgate antirretroviral. O grupo que teve na abordagem o auxílio da genotipagem foi dividido em dois subgrupos, sendo que um deles recebia a orientação de um especialista (virologista clínico) na análise da genotipagem. Como resultado, o grupo de pacientes cujo médico recebia a orientação do especialista na análise da genotipagem obteve 69,2% de cargas virais indetectáveis comparados com 36,4% no grupo onde o médico assistente analisava a genotipagem sem esta ajuda.

Em outras palavras, a ausência de uma interpretação adequada ou de um ‘aconselhamento virológico’ para interpretação da genotipagem leva a um desempenho semelhante ao do grupo que não realizou a genotipagem. Por conta desses resultados, o Ministério da Saúde decidiu criar o que foi chamado de médico de referência em genotipagem (MRG). Esses médicos tornaram-se especialistas treinados em tratamento antirretroviral, resgate antirretroviral e especialmente na interpretação de testes de resistência.

Principais vantagens da genotipagem:

Evita trocas desnecessárias de antirretrovirais;

Levanta suspeita com relação à falta de adesão (falha virológica com vírus sem mutações);

Propicia trocas direcionadas ao invés de trocas empíricas de antirretrovirais;

Propicia o uso de medicamentos ativos por períodos mais prolongados.

Economiza custos relacionados a trocas de medicamentos.

Evita toxicidade desnecessária de medicamentos com pouca ou nenhuma atividade.

Fornece uma perspectiva mais realista do desempenho futuro do tratamento, especialmente

nos casos de resistência muito extensa.

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