A Secretaria Municipal de Saúde, sob a gestão da Fundação UNI que também está vinculada ? Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), tem organizado os últimos preparativos para dar início ? s atividades do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), em Botucatu, previstas para a semana do dia 11 de julho mas ainda sem data oficialmente definida.
Na manhã desta terça-feira (21), grupos de profissionais que irão compor o serviço no Município e outras três cidades da região – Anhembi, Areiópolis e Pardinho iniciaram treinamentos junto ? equipe do Corpo de Bombeiros, que também farão parte do sistema de resgate local ao lado do Central de Ambulâncias da Secretaria Municipal de Saúde.
Desde abril passado, a Fundação UNI tem feito as convocações dos profissionais que irão trabalhar no Samu de Botucatu. Ao todo serão 53 profissionais distribuídos da seguinte maneira: médicos (14); técnicos auxiliares de regulação médica (10), motoristas socorristas (10); enfermeiros em urgência/emergência móvel (8); técnicos de enfermagem em urgência/emergência móvel (6); auxiliares de serviços gerais/lavadores de ambulância (5).
A proposta do Samu, criado pelo Governo Federal em 2003, é de organizar o atendimento de urgência nos pronto-atendimentos, unidades básicas de saúde e nas equipes do Programa Saúde da Família; estruturar o atendimento pré-hospitalar móvel; reorganizar as grandes urgências e os prontos-socorros em hospitais; criar retaguarda hospitalar para os atendidos nas urgências; e estruturar o atendimento pós-hospitalar. O serviço funcionará 24 horas por dia com atendimento gratuito pelo telefone 192.
Inicialmente, após o Samu entrar em operação, a população poderá pedir socorro pelos telefones 193 (Bombeiros) ou pelo próprio 192 (Samu). No entanto, a meta é unificar as chamadas em uma única Central de Atendimento, instalada provisoriamente nas dependências do antigo ARE (Ambulatório Regional de Especialidades), localizado na Avenida Santana.
Serão dois telefonistas por turno, acompanhados por médicos que também estarão na escuta da chamada recebida para poderem fazer uma avaliação técnica da natureza da ocorrência. Esses profissionais terão papel fundamental na decisão sobre qual unidade móvel será deslocada até o local onde está a vítima.
Informações como quantidade de vítimas e situação das pessoas envolvidas, além da natureza da ocorrência (acidente, mal súbito, convulsão, entre outras situações) ajudarão nesta triagem. Ainda assim, protocolos de atendimento para cada serviço (Central de Ambulâncias, Bombeiros e Samu) serão divulgados e distribuídos ? população.
{n}Ambulâncias{/n}
Em Botucatu estarão a disposição duas ambulâncias: uma Unidade de Suporte Básico (USB) e outra Unidade de Suporte Avançada (USA), que também atenderá as demais cidades abrangidas pela Central de Atendimento microrregional. Anhembi, Areiópolis e Pardinho contarão ainda com pelo menos uma USB e 12 profissionais cada. No total, o Samu alcançará uma população aproximada de 150 mil habitantes e complementará o já eficiente sistema de resgate e socorro em Botucatu e região.
A Unidade de Suporte Avançada será direcionada aos casos clínicos de maior gravidade e contará com uma equipe que inclui médico, enfermeiro e motorista, além de itens necessários para o salvamento da vítima como um desfibrilador multifuncional. Já a Unidade de Saúde Básica fará atendimentos de menor complexidade e contará com uma equipe composta por enfermeiro ou técnico de enfermagem e motorista, e equipamentos necessários para efetuar o primeiro atendimento ? pessoa com risco de morte.
As equipes do Corpo de Bombeiros continuarão a prestar os primeiros socorros e resgate na maioria dos acidentes que apresenta vítimas com diferentes níveis de traumas, principalmente as que ocorrem no trânsito. Dependendo da gravidade da situação, uma operação denominada Trem de Socorro, que inclui Bombeiros e Samu, também poderá ser direcionada ao local do incidente.
A Central de Ambulância, que conta com três ambulâncias brancas, continuará a prestar serviços de transporte gratuito ? população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) através de um telefone gratuito (0800).
{n}Expectativas{/n}
Para José Carlos Christovan, o Bazuca médico e diretor-executivo da Fundação UNI, a implantação do Samu trará, a Botucatu e as demais três cidades da região atendidas pela central 192, maior agilidade e resolutividade aos casos de acidentes mais graves. O tratamento in loco melhora e muito a sobrevida da vítima em caso de um derrame ou politrauma, por exemplo, até que a mesma seja atendida devidamente em um hospital, garante.
O tenente Edson Winckler Filho, comandante do Posto dos Bombeiros de Botucatu, afirma que o serviço prestado pelas novas unidades móveis de saúde desafogará o efetivo local que poderá se concentrar no atendimento de outros acidentes graves que possam ocorrer simultaneamente na Cidade, através da Unidade de Resgate. Chegamos a atender, em média, dez ocorrências por dia, sendo a metade envolvendo acidentes de trânsito, informa.
O secretário municipal da Saúde e vice-prefeito, Antonio Luiz Caldas Júnior, lembra que implantação do Samu em Botucatu se postergou devido a própria autorização de regulação do serviço, dada pelo Governo Federal apenas no final do ano passado. Assim, o período foi utilizado para organizar o processo seletivo, convocar e treinar os profissionais, além de adequar o espaço onde ficará temporariamente a Central de Atendimento.
Muitas outras cidades do País, que a princípio teriam o serviço, decidiram até devolver as ambulâncias porque não conseguiam colocar em prática o Samu. E não é para menos que isso ocorreu. Apenas para manter o serviço de cada unidade móvel do Samu, a Prefeitura gastará R$ 180 mil por mês. Isso é maior que o próprio valor do veículo que custa cerca de R$ 120 mil. Todo esse nosso esforço será beneficiado com o ótimo atendimento e vidas que poderão ser salvas através deste novo serviço de saúde a ser prestado para Botucatu e região a partir de julho deste ano, argumenta.
{n}Futuras instalações^{/n}
O atual espaço que abrigará o Samu em Botucatu está em plena fase de reformas e pequenas adaptações, financiadas com recursos próprios da Prefeitura ao valor de R$ 53 mil. Futuramente, a instalação definitiva do Samu será no prédio onde já funcionou a Secretaria do Meio Ambiente, junto ? antiga administração da Fepasa. Nessa obra serão investidos R$ 100 mil, provenientes do Ministério da Saúde. O Governo Federal também já liberou R$ 16 mil para a compra de materiais e mobiliários e R$ 96.847,21 para serem empregados em equipamentos, tecnologia, informática e redes.
Fonte: Secretaria de Comunicação
Fotos: Valéria Cuter