Maria Aparecida Teixeira ficou 14 dias intubada no HC no início da pandemia e lamenta que, atualmente, os hospitais estejam com pouca estrutura para atender os pacientes. Cidade será palco de vacinação em massa contra a doença.
A primeira paciente diagnosticada com Covid-19 no centro-oeste paulista tomou a vacina contra a doença nesta semana em Botucatu. Maria Aparecida Teixeira chegou a ficar 14 dias intubada no início da pandemia e, aos 63 anos, comemora que a imunização chegou para a sua faixa etária.
“Pense em um alívio, em uma alegria, agora estou em paz”, afirmou a idosa, que tomou a primeira dose da Oxford/AstraZeneca nesta terça-feira (4) e a aplicação da segunda está prevista para o dia 27 de julho.
Maria Aparecida tomou a vacina contra a Covid-19 durante o programa de imunização do município. No entanto, para as próximas semanas, está prevista uma vacinação em massa de toda a população adulta de Botucatu.
A cidade foi escolhida para um estudo inédito do Ministério da Saúde que vai analisar a eficácia da vacina Oxford/AstraZeneca contra novas cepas do coronavírus. Com isso, a filha e a sobrinha de Maria Aparecida também serão imunizadas.
“Minha filha tem 42 e minha sobrinha, 22. Achei que ia demorar para elas tomarem a vacina, mas agora não vejo a hora de chegar a vez delas. Olha que benção”, declarou.
A moradora de Botucatu também relembrou o período em que ficou internada com coronavírus no Hospital das Clínicas da cidade.
Apesar do susto de ser a primeira paciente com a doença na região, Maria Aparecida acredita que ter sido infectada logo no início da pandemia foi uma espécie de privilégio.
“Eu não senti nada enquanto estava intubada, eu não sofri. Agora você vê as pessoas morrendo na maca, sem leito, sem oxigênio, eu fui privilegiada. Como eu fui a primeira, tinha tudo em cima de mim, tinha o hospital inteiro pra mim”, lembra a idosa.
No dia 17 de abril de 2020, Maria Aparecida recebeu alta do HC sob aplausos da equipe médica. No entanto, mais de um ano depois, ela ainda sofre com as sequelas da doença.
“A coisa que eu mais adorava era andar. Hoje eu não aguento mais nada, parece que tenho 200 quilos na perna. Dói a virilha e o braço principalmente. Tem dias que eu choro, mas graças a Deus eu estou aqui, viva, então só tenho a agradecer.”
Para Maria Aparecida, que já perdeu três colegas para a Covid-19 em Botucatu, a vacina também é um sinal de esperança.
“Antes de tomar a vacina, eu estava apreensiva, nervosa, não de medo pela vacina, mas pela injeção porque tenho pavor de agulha no braço. Mas não doeu nada e mesmo que doesse! Fiquei tão feliz, principalmente porque eu já tive Covid”, afirma Maria Aparecida.
Fonte: G1