Conforme havia prometido, o prefeito João Cury Neto reuniu-se no final da tarde de terça-feira (5) com os funcionários do Hospital Regional Sorocabana. Na semana passada, 120 deles foram demitidos, cumprindo mais uma etapa importante que deverá resultar na desapropriação do prédio por parte da Prefeitura.
Essa foi a alternativa encontrada pelo governo municipal para que a unidade hospitalar continue atendendo através do SUS (Sistema Único de Saúde). As dívidas acumuladas pelo hospital da Lapa, também pertencente a ABHS (Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana), ameaçava a manutenção dos trabalhos em Botucatu.
Com a possibilidade de fechamento cada vez maior, a solução proposta pelo município foi a aquisição das instalações e cessão de uso ? Secretaria de Estado da Saúde, redefinindo o papel que o hospital passará a desempenhar dentro do sistema de saúde. Após adaptações, o local também deverá abrigar um Pronto Socorro Infantil.
Os funcionários demitidos do Hospital Sorocabana deverão ser recontratados em caráter temporário até que seja realizado um concurso público para efetivação dos profissionais. Essa engenharia deverá ser montada em parceria com a Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar).
A grande preocupação da prefeitura é garantir que o recurso destinado para a desapropriação do hospital em torno de R$ 1,1 milhão seja utilizado para o pagamento das verbas rescisórias dos funcionários demitidos. Não podemos perder o foco. E até por orientação do Ministério Público do Trabalho estamos envolvendo o sindicato da categoria nesse processo. O importante agora é que todos os funcionários assinem as procurações que permitem ingressar com a ação judicial o mais breve possível, minimizando o risco desse dinheiro ser usado para pagamento de outras dívidas, destacou o prefeito João Cury, no encontro com os funcionários.
Segundo os trabalhadores, o hospital hoje está praticamente desativado. A maternidade que funcionava no Sorocabana já foi integralmente transferida para a Unesp e demais serviços absorvidos, sem prejuízo de atendimento ? população. Essa transição já era prevista. O que tem preocupado os funcionários é o pagamento do salário neste mês. A princípio, o Carlos Amorim (superintendente da ABHS) havia se comprometido em estar aqui hoje (terça-feira). Durante a reunião com os funcionários recebi uma ligação dizendo que ele estará em Botucatu na quinta-feira. Esperamos que, pelo menos, seja feito o pagamento do vale, comentou o prefeito.
Para cobrir a folha de pagamento integral do mês de junho são necessários R$ 124 mil. Sem o salário, funcionários disseram que muitos estão tendo dificuldades em pagar o transporte e garantir alimentação para trabalhar. Ao tomar conhecimento dessa situação, o prefeito acionou o Fundo Social de Solidariedade e garantiu o fornecimento de cestas básicas aos trabalhadores, que foram distribuídas após a reunião.
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