Pesquisa do IBB, FMB, FCA e IBTEC traz contribuições para o controle da pandemia.
Pesquisadores do Instituto de Biociências (IBB), Faculdade de Medicina e Faculdade de Ciências Agronômicas, todos da Unesp de Botucatu, e Instituto de Biotecnologia (IBTEC), desenvolveram uma nova alternativa para detecção de SARS-CoV-2 (COVID-19) de uma forma rápida e precisa, o que ajudará no controle do surto da doença.
Dra. Caroline Rodrigues Basso, do Instituto de Biotecnologia (IBTEC), primeira autora do artigo, contou que, para eles, pesquisadores, o desenvolvimento de uma metodologia no diagnóstico de anticorpos contra o SARS-CoV-2 proporcionou o aumento do conhecimento científico na área de biossensores, em decorrência da aplicação de métodos analíticos e diagnóstico de doenças humanas, como a Covid-19. “Toda infraestrutura disponível no Instituto de Biociências, como equipamentos de PCR, centrífugas, freezers -80°C e estufas possibilitaram o desenvolvimento do trabalho, bem como a colaboração com professores da Faculdade de Medicina de Botucatu em uma linha de pesquisa multidisciplinar”, disse.
Uma pesquisa como essa é considerada de extrema importância para o entendimento e rastreamento da infecção causada pelo vírus. “A técnica de ressonância plasmônica de superfície (SPR) utilizada neste trabalho detecta toda ligação antígeno anticorpo em tempo real, com alta sensibilidade e especificidade, podendo ser uma alternativa para testes tradicionais, como o ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA)”, afirmou Caroline.
Diferente das outras, nessa nova técnica proteínas Spike (S) e do nucleocapsídeo (N) do SARS-CoV-2 foram imobilizadas no sensor de ouro por meio de monocamadas auto-organizadas. Amostras de soros de pacientes foram então passadas sobre a superfície e quando o mesmo apresentava anticorpos IgG ocorreu ligação antígeno-anticorpo, demonstrado em um gráfico. “Os experimentos foram realizados em triplicata e apresentaram excelente desempenho analítico como alta sensibilidade, resposta rápida em tempo real e boa reprodutibilidade”, finalizou a autora do artigo. Essa pesquisa é um avanço para o tratamento de pacientes com COVID-19 e controle da pandemia. Isso porque, a utilização de testes sorológicos complementa o diagnóstico inicial realizado para detecção do vírus. Estes, feitos de maneira mais rápida, possibilitam identificar pacientes que tiveram contato com o vírus, mesmo sendo assintomáticos, e assim é possível elaborar medidas de contenção da doença, com dados de propagação em bairros, cidades e estados.
Sobre a pesquisa
Este trabalho relata a detecção de forma sensível e específica de respostas de anticorpos às proteínas do nucleocapsídeo (N) SARS-CoV-2 em pacientes com COVID-19. Nesta metodologia, as proteínas spike (S) e nucleocapsídeo (N) pertencentes ao coronavírus foram imobilizadas na superfície do sensor.
Em outras técnicas, o soro dos pacientes com COVID-19 era rastreado pelo teste rápido COVID-19 IgG baseado em imunocromatografia e / ou ELISA para determinar a presença de títulos de IgG. Já nesta metodologia, anticorpos IgG presentes nos soros de pacientes positivos para Covid-19, se ligam às proteínas S e N imobilizadas na superfície do sensor.
A técnica estudada mostrou-se com boa reprodutibilidade com um tempo de análise menor do que 10 minutos e com eficiência de mais de 95%. Os resultados deste estudo indicam que a estratégia desenvolvida demonstra alta sensibilidade e economia de tempo na detecção de anticorpos de resposta ao SARS-CoV-2.