Pesquisadores brasileiros desenvolvem antisséptico bucal que promete reduzir proliferação da Covid

Saúde
Pesquisadores brasileiros desenvolvem antisséptico bucal que promete reduzir proliferação da Covid 24 novembro 2020

Estudo foi desenvolvido com apoio de quatro centros de referência de pesquisa, incluindo a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, e comprovou fórmula que inativa o vírus em 96%. Produto será lançado em dezembro no mercado nacional.

Um grupo de 60 pesquisadores brasileiros descobriu uma fórmula de antisséptico bucal que é capaz de inativar em 96% a proliferação do vírus da Covid-19. A eficácia do produto foi comprovada com testes feitos em seres humanos.

O estudo foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Inovação da Dentalclean e teve o apoio de quatro centros de referência de pesquisa (Universidade de Odontologia de Bauru – USP, Instituto de Ciências Biológicas – USP, Instituto Federal do Paraná e Universidade Estadual de Londrina).

O antisséptico teve aprovação da Anvisa para o uso dos seres humanos em outubro deste ano. Contudo, a pesquisa não se trata de uma cura, mas uma possível prevenção. Com isso, autoridades mantêm a orientação do uso de máscaras e distanciamento social.

De acordo com Fabiano Vieira Vilhena, cirurgião dentista e doutor em Biologia Oral pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), o composto foi desenvolvido a partir da tecnologia Phtalox, um pigmento especialmente desenvolvido que promove a formação de oxigênio reativo a partir do oxigênio molecular, sendo capaz de inativar o vírus da Covid na boca.

Para chegar a este resultado, Fabiano informou que foram feitas seis etapas de estudos, envolvendo 107 seres humanos. Segundo o pesquisador, outros estudos ainda estão previstos, envolvendo 2,1 mil pessoas, para evoluir outros atributos que o antisséptico bucal pode proporcionar.

As pesquisas feitas foram registradas na ReBEC e Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo Paulo Sergio da Silva Santos, professor de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas da FOB, os pesquisadores já tinham conhecimento da capacidade do Phtalox de reduzir microrganismos na boca.

Com a pandemia, surgiu a ideia de testar o composto com vírus e houve comprovação clínica da eficácia do produto em 96% das amostras colhidas. O pesquisador Fabiano destacou que o antisséptico não é medicamento ou vacina, mas serve como suporte ao tratamento da Covid.

“Ele faz com que a carga viral diminua e dê condições para que o organismo e os medicamentos possam de fato melhorar a condição de saúde daquele indivíduo”, explica.

Resultados

De acordo com os pesquisadores, o produto poderá ser utilizado no dia a dia, fazendo parte dos cuidados com a saúde bucal. Através do bochecho e do gargarejo com o antisséptico, a solução tem a possibilidade de reduzir o vírus que pode ter entrado pelo nariz ou pela boca, informou o professor Paulo.

Além disso, o produto foi testado no tecido de máscaras e também foi comprovada a redução da carga viral em 98,75%.

Os pesquisadores informaram que 14 pessoas com diagnóstico positivo para Covid também foram monitoradas utilizando o antisséptico e elas se recuperaram rapidamente, se tornando assintomáticas em alguns dias.

Depois disso, o produto passou a ser testado em pacientes internados com Covid no Hospital Estadual de Bauru. Um grupo recebeu a substância ativa Phtalox, enquanto outro utilizou o placebo. A partir disso, foram analisadas amostras de saliva para identificar a carga viral nos pacientes.

Segundo Paulo Sérgio, os moradores que receberam a substância ativa negativaram a carga viral e reduziram o tempo de internação pela metade, em relação aos pacientes que receberam o placebo. Já um terço dos pacientes que receberam o placebo tiveram que ir para UTI e três deles morreram com Covid.

Novas pesquisas

Segundo os pesquisadores, outros estudos com o antisséptico bucal ainda vão ser realizados. Em parceria com Secretaria de Saúde do município de Uru, no interior de São Paulo, os pesquisadores vão utilizar o produto na população em geral e monitorá-la por 60 dias.

A ideia, de acordo com Paulo Sérgio, é fazer um trabalho de prevenção e identificar se o antisséptico vai diminuir a incidência da Covid na cidade, que tem cerca de 1,3 mil habitantes.

Uma outra pesquisa será feita novamente no Hospital Estadual de Bauru, testando o produto nos profissionais que trabalham na UTI de Covid e em outros profissionais de saúde.

Distribuição

De acordo com Giuliano Castro, gerente nacional de negócios da Dentalclean, o produto estará a venda na primeira semana de dezembro nas redes de varejo eletrônico, alimentar e farmácia. O antisséptico é de 600 ml, o suficiente para uso diário durante um mês.

O gerente informou que o produto vai custar em torno de R$ 30 e tem um sabor agradável, levemente mentolado. Para 2021, a ideia é disponibilizar a solução também em forma de gel dental e spray bucal.

Fonte: G1

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