A Prefeitura de Botucatu, através da Secretaria Municipal da Saúde, promove no próximo sábado (8), a partir das 9 horas, o cerimonial de reabertura do Hospital do Bairro (antigo Hospital Sorocabana), que também abrigará o Pronto-Socorro Pediátrico denominado Professor Dr. Antonio de Pádua Campana. O evento contará com a presença de autoridades públicas e políticas como o prefeito de Botucatu João Cury Neto e o senador Aloysio Nunes Ferreira Filho.
A gestão do Hospital do Bairro e PS Pediátrico é de cooperação mútua entre Poder Público Municipal, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) e Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar (Famesp).
O Pronto Socorro Pediátrico terá sete consultórios; entradas independentes para os casos de emergência e sala de espera para aproximadamente 100 pessoas; salas de procedimentos/enfermagem, observação e raio-x; corredores distintos para funcionários e pacientes (anti-sala); quartos para médicos plantonistas; cozinha; e sanitários adaptados.
O PS Infantil do Hospital do Bairro ainda contará com sete leitos de observação sob a supervisão do Departamento de Pediatria da FMB, que disponibilizará diariamente dois médicos de plantão 24 horas. Os pacientes com quadros menos complexos serão atendidos no novo PS Infantil e os mais graves encaminhados ao Hospital das Clínicas.
Mas o antigo Hospital Sorocabana não irá abrigar apenas um Pronto-Socorro Pediátrico. No andar superior, onde já funcionam a parte de oftalmologia, ultrassonografia e raio-x, haverá um posto de coleta de exames, 14 leitos de retaguarda pediátrica, além de outros serviços, que gradativamente serão reabertos ? população. Estamos estudando a melhor forma de ocupar algumas alas e o centro cirúrgico, diz o secretário municipal de Saúde, Claudio Lucas Miranda.
{n}Sobre o Homenageado {/n}
O Projeto de Lei nº42, do Executivo Municipal, que denomina de Profº Titular Dr. Antonio de Pádua o Pronto Socorro Pediátrico do Hospital do Bairro, foi aprovado pela Câmara Municipal na sessão da última segunda-feira (3). Pádua atuou fortemente no ensino de graduação do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Botucatu. Participou ativamente da ampliação e estruturação da Enfermaria de Pediatria, da ampliação do Atendimento Ambulatorial e do Serviço de Pronto Socorro Pediátrico do Hospital das Clínicas da Unesp.
Também atuou na estruturação dos cursos de graduação oferecidos pelo Departamento de Pediatria, na instalação da Residência Médica e de toda a organização administrativa deste departamento desde sua criação em 1968.
Com a mesma dedicação e profissionalismo, teve também grande atuação no Município de Botucatu, atuando em seu consultório médico em clínica pediátrica e na Santa Casa de Misericórdia, ininterruptamente, por 20 anos. Foi uma verdadeira referência em atendimento pediátrico, muito respeitado e admirado pela sociedade botucatuense, justifica o prefeito João Cury Neto.
{n}Histórico{/n}
Em 1949 começou a construção do Hospital Regional da Associação Beneficente Sorocabana. Com projeto do arquiteto João Cacciola, o hospital foi levantado em um terreno doado pela família Barbosa de Barros, medindo 80 por 80 metros e estimado em 6 milhões de cruzeiros. Parte dos recursos foi doada pelo governo do Estado. Outra parte sairia da contribuição dos ferroviários.
Em 23 de agosto daquele ano veio a Botucatu uma comissão, liderada pelo diretor da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), Acrísio Paes Cruz. Pretendia acertar detalhes da construção e aproveitar para anunciar a chegada de uma maquete, que ficaria exposta numa das dependências da Estação Ferroviária, mostrando a beleza e a modernidade do edifício.
O projeto previa a instalação de cem leitos, duas salas para cirurgias, obstetrícia, maternidade, gabinete dentário e farmácia. E mais. Com o novo hospital, o ambulatório da Caixa de Aposentadorias e Pensões seria grandemente aumentado com novos setores de raio-x, laboratórios, entre outros.
Ao final da visita revelou que o hospital ficaria pronto em 20 meses. Não ficou. Assim, algum tempo depois, sob insistentes pedidos dos ferroviários locais, o governo do Estado resolveu comprar a Casa de Saúde Nossa Senhora Menina, que vinha funcionando na Avenida Santana, onde hoje se encontra a sede do Serviço de Atendimento SAMU e o Espaço de Saúde Cecília Magaldi. Foi ali que começou a funcionar o Hospital dos Ferroviários.
Somente em julho de 1956, quase dez anos depois de iniciada a construção, o Hospital Regional Sorocabana anunciava pela imprensa local que já estava atendendo no seu novo prédio, na Vila dos Lavradores. A nota de agradecimento, colocando as novas instalações ? disposição, foi assinada pelo diretor clínico Dr. Darwin do Amaral Viegas.
Porém, a grave crise financeira da Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana (ABHS), com sede em São Paulo, comprometeu o atendimento prestado pelo Hospital Sorocabana de Botucatu a partir da década de 80. Apesar de um maior investimento feito pela Prefeitura, que de 2009 a 2011 aumentou de R$ 85 mil para R$ 240 mil os repasses mensais de custeio do setor de pronto-socorro, a unidade hospitalar foi obrigada a fechar e demitir funcionários.
Mesmo sendo de origem privada, o Hospital Sorocabana tinha um papel fundamental na organização do Sistema Público de Saúde do Município e também era referência a outras cidades da região que se valiam de seus serviços.
Por este motivo, a Prefeitura de Botucatu ajuizou ação de desapropriação e adquiriu o imóvel para o Município ao custo de R$ 1.100.000,00. A posse obtida em julho de 2011, também garantiu aos funcionários demitidos o recebimento das verbas rescisórias. Antigos funcionários também foram convocados para trabalharem para a reabertura do Hospital do Bairro.
Em meio a esse processo, a Prefeitura articulou em conversas com a Famesp e Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu o melhor modelo de gestão e possíveis adaptações para a reabertura do antigo Sorocabana.
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