Saúde
24 outubro 2018
Uma nova técnica cirúrgica desenvolvida por professores da Faculdade de Medicina de Botucatu-Unesp (FMB) tem sido premiada em diferentes eventos científicos. A mais recente láurea foi obtida na 37ª Jornada Carioca de Cirurgia Plástica realizada no mês de agosto no Rio de Janeiro.
Os docentes que desenvolveram a técnica são: José Carlos Souza Trindade, urologista e coordenador do “Projeto de Reinervação Peniana”; Fausto Viterbo, da disciplina de cirurgia plástica e especialista em microcirurgia de nervos periféricos; José Carlos Souza Trindade Filho, do Departamento de Urologia da FMB; André Petean Trindade, do Departamento de Radiologia, e Wagner Fávaro, do Departamento de Anatomia do Instituto de Biociências da Unesp, atualmente na Unicamp.
O procedimento
A cirurgia é realizada em homens submetidos a tratamento para corrigir os casos de disfunção erétil, que podem causar impotência sexual em cerca de 20 a 50 %, resultantes da prostatectomia radical (a retirada da próstata) em casos de câncer.
A técnica faz uma nova ligação entre o nervo femoral (na raiz da coxa) com os corpos cavernosos e com os nervos dorsais do pênis, mediante enxertos de nervos surais, retirados de ambas as pernas.
Resultados
De acordo com o professor Fausto Viterbo, cerca de 40 homens já foram operados pela equipe e os resultados têm sido promissores. Os dados apontam que 60% dos pacientes tiveram melhora completa, com retomada da ereção e penetração, em média, 13 meses após a cirurgia. Os outros 40% vem apresentando sinais progressivos de recuperação.
A vida de Antônio Carlos Bartolli, 64 anos, de Botucatu, mudou completamente em 2009 quando ele descobriu que estava com câncer de próstata. Ele foi submetido a cirurgia para retirada do órgão e, em 2011, realizou o novo procedimento desenvolvido pelos pesquisadores da FMB. Bartolli explica que se sentiu rejuvenescido após ter feito a cirurgia com a nova técnica. “A autoestima subiu muito porque você se torna uma pessoa nova”, frisou.
Casado e pai de três filhos, Bartolli precisou de um ano após a cirurgia para retomar à vida sexual. Ele ressalta que o papel da equipe médica foi fundamental no processo de recuperação. “Sou muito grato a tudo isso, tenho um grande reconhecimento por tudo o que aconteceu”, finaliza.
Futuro
O trabalho foi publicado em junho de 2017 num reconhecido periódico científico da área, o British Journal of Urology International. A ideia do grupo de pesquisadores a partir de agora é recrutar voluntários que tenham disfunção erétil em virtude da idade, vítimas de fratura da bacia e outras causas geradoras da impotência.
Para saber mais ligue para (14) 3880-15-47ou envie um e-mail para [email protected]
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