Fotos: Valéria Cuter
Extra-oficialmente, dona Sebastiana, ou tia Aninha, como é mais conhecida, teria 96 anos de idade, mas os médicos que acompanham sua formação óssea, acreditam que sua idade pode chegar a 110 anos. O que a tornaria uma das mulheres mais velhas do mundo. Ela está internada no Centro de Atenção Integrada de Saúde (Cais), do Hospital Professor Cantídio de Moura Campos (antigo Hospital Psiquiátrico) com a saúde bastante fragilizada.
Ela não tem familiares conhecidos e chegou a Botucatu vinda do Hospital Franco da Rocha, em São Paulo, em 1979 e, desde então, se tornou uma moradora do regime de internação permanente (idosos e cadeirantes), juntamente com outra seis pessoas, todas na mesma situação, cada qual com seu quadro clínico de transtorno mental.
Já veio de Franco da Rocha para Botucatu sem nenhum documento e sem saber a idade correta e em sua ficha hospitalar não consta que tenha parentes, mas pela idade acredita-se que possa ser neta de escravos que foram libertados em 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea assinada pela princesa Isabel, depois de anos de ações abolicionistas.
De acordo com a enfermeira Sandra Regina Rosolen Soares, nesta ala onde está Sebastiana estão as pessoas com acompanhamento constante por serem debilitadas e em idade avançada. São pacientes especiais que necessitam de cuidados especiais e passam o dia em uma ala reservada somente para eles, mas saem todos os dias para tomar banho de sol, realça Sandra.
Outra moradora dessa ala do hospital é Vitalina, ou dona Vita, que está, atualmente, com 86 anos de idade e não larga uma boneca. É mais uma paciente que mora aqui no Centro há muitos anos, necessita de cuidados especiais, precisa de ajuda para tudo e não poderia viver em outro lugar, disse a enfermeira.
Calcula-se que o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos em 2020, com um contingente superior a 30 milhões de pessoas, muitos dos quais adquirirão a demência que acomete 5 a 15% das pessoas com mais de 65 anos e aumenta para 20% nas pessoas com mais de 80 anos.
Vale lembrar que o Cais de Botucatu atende pessoas com transtornos mentais recebendo ajuda nas esferas federal, estadual e municipal. Abriga 45 moradores permanentes (25 homens e 20 mulheres) em oito casas; uma unidade do Interagir com capacidade para 44 leitos (homens e mulheres); e outros sete pacientes com idade avançada em regime de internação permanente (idosos e cadeirantes).
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