Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal uma combinação de fatores contribuiu para que abril se transformasse no mês mais crítico, em termos de atendimento, desde a inauguração do Pronto Socorro Adulto de Botucatu, em 2011. O acréscimo de cerca de 30% na demanda por consultas, motivado principalmente pela elevação dos quadros suspeitos de dengue – somado à redução do quadro de médicos (residentes e plantonistas) criou dificuldades e elevou o tempo de espera dos pacientes.
Diante desse quadro, a Prefeitura e o HC decidiram priorizar a busca por médicos na região para reorganizar a rotina e devolver a normalidade ao atendimento na unidade. O quadro de profissionais já foi reposto e as novas escalas definidas. Ao mesmo tempo, a demanda que em alguns dias chegou a superar a marca de 400 consultas, está diminuindo por conta do recuo nos quadros suspeitos de dengue.
“Admitimos que o mês de abril foi muito ruim, mas felizmente não houve nenhuma notícia de agravo à saúde em função do tempo de espera. É muito aflitivo saber que há um paciente há seis, sete horas aguardando para ser atendido. Não é a prática. Isso aconteceu e esperamos que não aconteça mais. Neste início de maio o tempo de espera já diminuiu mais da metade e esperamos que ao longo do mês volte à normalidade. Nos monitoramentos que realizamos já foi possível detectar que tanto a demanda quanto o tempo de espera diminuíram”, garante Curcelli.
Entre as novas medidas, a principal delas será a instalação de um laboratório que permitirá que a maioria dos exames solicitados pelo médico durante a consulta passe a ser feito no próprio local, sem a necessidade de deslocamento para o HC da Unesp. Outra novidade será a criação de uma sala de espera diferenciada para atender especificamente os pacientes que já passaram por uma avaliação clínica ou aguardam exame. Essa clientela será separada dos usuários que ainda aguardam para passar por consulta.
O prefeito João Cury faz questão de destacar que os problemas enfrentados pelo PS nos últimos dois meses fugiram à normalidade e em nenhum momento foram negligenciados pela administração. Ele acredita que as novas medidas anunciadas restabelecerão o padrão de atendimento, com redução no tempo de espera.
“A saúde é uma área sensível da administração e isso exige que estejamos sempre executando e avaliando as ações. Desde que assumimos, em 2009, e montamos nosso projeto para a saúde do município, deixamos claro que todos os fatores são importantes. Em Botucatu, com a qualidade dos recursos humanos à disposição na área da saúde e com os equipamentos e instalações só teremos uma crise na saúde se, por falta de diálogo ou vaidade se deixarmos de enfrentar os desafios. Felizmente temos uma relação franca, sincera, companheira, que nos permite continuar avançando”, garante.
O secretário municipal de Saúde, Claudio Miranda, lembra que, em 2009 havia praticamente uma porta de entrada para os pacientes tornando o serviço muito deficitário. Além do Pronto Socorro da Unesp, que atende casos referenciados e de maior complexidade, o município contava apenas com um pronto atendimento no Hospital Sorocabano, em condições bastante precárias.
“Ao assumir elaboramos uma proposta para articular não só os serviços de atenção básica, de consulta de especialidades de média complexidade, as parcerias com a Faculdade de Medicina e o HC, mas também para sincronizar todas as regiões do município com serviços de urgência e emergência. Esse planejamento vem sendo executado com sucesso, melhorando muito nossa cobertura, reorganizando o sistema e trazendo os serviços mais próximos das pessoas”, relata Miranda.
E relata como ações concretas para melhoria efetiva do atendimento de urgência e emergência no município a inauguração do Pronto Socorro Pediátrico na região norte; a instalação do SAMU, serviço que hoje recebe cerca de 130 ligações por dia e que melhorou a qualidade do paciente grave que chega ao Hospital das Clínicas; a inauguração do Pronto Socorro Adulto, estruturado inicialmente para atender entre 150 pessoas e que hoje atende em torno de 250 pessoas e agora o início da construção da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na região Leste, que prestará atendimento adulto e pediátrico durante 24 horas.
“Com isso vamos equalizar o atendimento, distribuindo a demanda entre as várias regiões da cidade. Vamos reduzir o volume de atendimentos no PS Adulto e no PS Pediátrico, fazendo com que os serviços funcionem de forma sincrônica e estável, oferecendo atendimento de qualidade e em tempo adequado à população”, afirma Miranda.
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