Embora, internamente, o assunto esteja sendo tratado com muita prudência, o Hospital Misericórdia Botucatuense poderá ter uma nova gestão em 2013. Conversações estão sendo feitas com a Unimed (cooperativa de trabalho médico) e a Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar (Famesp), da Unesp de Botucatu.
O hospital pertence ? Associação Misericórdia Botucatuense e é administrado por um Conselho Gestor eleito por Assembléia Geral, composto por nove sócios regulares, sendo que, de dois em dois anos, um terço de seus membros são, obrigatoriamente, substituídos, obedecendo a ordem cronológica de eleição.
O hospital se mantém com o pagamento de diferentes convênios, sendo a Unimed o principal cliente. É dessa forma que arca com as despesas de equipamentos, manutenção de todo o complexo, folha de pagamento dos funcionários, além de outras despesas gerais, como água, luz e telefone. Como a Unimed está construindo seu próprio hospital, poderá deixar de ser o principal cliente da Misericórdia e isso poderia inviabilizar a continuidade do atendimento.
Na semana passada o {n}Acontece{/n} recebeu um e-mail de um cidadão que teceu críticas e denúncias contra a Unimed, que, segundo ele, estaria se beneficiando do hospital. Através da assessoria de comunicação a reportagem solicitou um parecer do presidente da entidade, Omar Abujamra, que alegou que as afirmações eram absurdas e inverídicas.
Na manhã desta sexta-feira (14) o presidente da Associação Misericórdia, Walter Nascimento Castilho, foi procurado pela reportagem para falar sobre o assunto de troca de gestão, mas sua secretária alegou que estava ocupado e com viagem marcada e que daria uma explicação na próxima quarta-feira (19), juntamente com a direção da Unimed.
Um dos diretores da Associação Misericórdia, que pediu para não ser identificado afirmou que, realmente, as negociações para uma nova gestão ou até mesmo uma gestão compartilhada estão bastante adiantadas. Antes de tudo quero deixar claro que nenhum diretor da Associação é remunerado. Quanto a gestores posso lhe assegurar que as conversações foram mantidas com a Famesp e Unimed, disse o diretor.
Ele alegou desconhecer que a Misericórdia esteja passando por uma crise financeira muito grande e com dívidas impagáveis, mas afirma que sem os convênios não há como fazer o hospital funcionar. Diz que para manter toda estrutura do hospital é necessário um rendimento considerável todos os meses. No caso da Unimed interromper o convênio, o hospital não teria condições de funcionar, pois os outros convênios não cobririam as despesas.
A Prefeitura Municipal, acredito eu, não tem condições de assumir o hospital e a solução teria que vir ou do governo estadual ou do federal, mas também não acredito nessa possibilidade. Como o hospital e tudo o que tem nele é da Associação, a solução mais coerente seria mesmo entregá-lo a um gestor ou a um grupo de gestores que assumiriam todo o complexo do jeito que está e pagasse pelo uso. Se isso não for feito, o mais tradicional hospital da Cidade poderá fechar suas portas, garantiu.
{n}Associação Misericórdia{/n}
Essa associação, sem fins econômicos foi fundada em 02 de fevereiro de 1893 e legalmente existente a partir do dia 22 de julho de 1895, data em que foram os seus estatutos originais inscritos sob n.º, ? s fls. 11 verso a 20 verso, do livro n.º 1, de Registro de Associações (antigo de pessoas jurídicas), do Cartório de Registro de Imóveis e Anexos da 2ª Circunscrição da Comarca de Botucatu, entidade mantenedora do Hospital Misericórdia Botucatuense.
O prédio do hospital conta com 111 leitos, destinados a pacientes clínicos, cirúrgicos, maternidade e pediatria. O Centro Cirúrgico é composto por seis salas, assim como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dispõe de 11 leitos. Mantém Laboratório de Análises Clínicas e Centro de Diagnósticos por Imagem que conta com equipamentos e profissionais qualificados para a realização de exames aos pacientes internados e ao público em geral. Atende pacientes particulares e vários convênios de saúde.
{n}Conselho gestor
Presidente{/n}
Walter Nascimento Castilho
{n}Vice Presidente{/n}
Newton Colenci Junior
{n}Secretário{/n}
Edison Cardoso dos Santos
{n}Conselheiros{/n}
José Augusto Rodrigues Torres
José Eduardo Rodrigues Torres
Antonio Aparecido Alves Cota
Roberto Calderon Gonçalves
Paulo Pellicci
Marcelo Agenor Pavan
{n}Conselho Fiscal
Titulares{/n}
Sony Dimas Bicudo
Clóvis de Almeida Martins
André Monteferrante
{n}Suplentes{/n}
Celso Guimarães Junior
Carlos Roberto de Castro
Arylton de Quadros Pacheco