Médicos residentes de Botucatu param por um dia

Saúde
Médicos residentes de Botucatu param por um dia 24 setembro 2015

Os médicos residentes da Faculdade de Medicina de Botucatu aderiram na manhã desta quinta-feira (24) a paralisação das atividades médicas por um dia,  movimento este  coordenado pela Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR)  em protesto contra a Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), que não atendeu as reivindicações feitas pela classe.

Aproximadamente 30 mil médicos residentes atuam nas mais variadas instituições de Saúde como  o Sistema Único de Saúde (SUS), hospitais e prontos-socorros. Somente 30%  dos profissionais continuaram com as atividades para garantir o atendimento emergencial aos pacientes. O residente é um médico graduado que está em período de especialização.

A movimentação foi definida na criação do Movimento Nacional de Valorização da Residência Médica, lançado pela ANMR no dia 27 de agosto, durante o VI Fórum Nacional de Ensino Médico. Na ocasião foi dado prazo de resposta para que o governo apresentasse respostas às nove pautas apresentadas e que não foram atendidas. A paralisação tem a intenção de conscientizar a população e os próprios médicos sobre a importância da residência médica.


Está prevista para outubro uma reunião com representantes do Governo Federal para dar prosseguimento às negociações. Na falta de um acordo, não está descartada a possibilidade de uma greve nacional, por tempo indeterminado.  Pela manhã, no campus de Botucatu, os médicos se reuniram em frente ao Pronto Socorro e fizeram uma passeata. Já no período da tarde realizaram a doação de sangue no Hemocentro do Hospital das Clínicas (HC).

 

Pauta de reivindicações

 


– Aumento da representação das entidades médicas na composição da CNRM e fim da câmara recursal, o que restabelecerá um espaço democrático para discussão e deliberação da residência médica;

– Fiscalização imediata de todos os programas de residência do país para garantir a qualidade destes, antes da abertura de novas vagas. A fiscalização deverá ser realizada por médico de especialidade correspondente ao programa e representante dos médicos residentes, afinal, se há programas que hoje já estão em condições precárias, é necessário melhorá-las antes de se abrirem novas vagas;

– Revisão completa do texto do Decreto nº 8.497, de 4 de agosto de 2015, para garantir que a Residência Médica permaneça como padrão ouro de formação de especialistas, assegurando que o especialista seja bem formado para atender a população brasileira no SUS;

– Levantamento dos cortes orçamentários e suspensão destes em todos os serviços (hospitais, unidades básicas de saúde etc.) em que atuam médicos residentes, pois a falta de orçamento reduz gravemente a quantidade e a qualidade do atendimento à população do SUS;

– Plano de carreira e de valorização para os Médicos Preceptores, com inclusão de remuneração adequada, desenvolvimento continuado e tempo exclusivo para atividades didáticas, para que possam ensinar melhor os futuros profissionais que atenderão a população no SUS;

– Plano de carreira nacional para médicos do SUS com garantia de remuneração adequada, progressão de carreira, desenvolvimento profissional e educação continuada, aumentando a chance de fixar médicos nos locais de pouco acesso da população à saúde no SUS;

– Fim imediato da carência de 10 meses para que médicos residentes possam usufruir de seus direitos junto ao INSS;

– Cumprimento da legislação vigente sobre residência médica com a garantia do auxílio moradia;

– Isonomia da Bolsa de Residência Médica com bolsas oferecidas por outros programas de ensino médico em serviço do Governo Federal como PROVAB e Mais Médicos. A complementação deverá ser realizada com recursos dos Ministérios da Educação e Saúde para não onerar as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

 

Compartilhe esta notícia
Oferecimento
ABC mobile
Oferecimento