Médicos da Unesp divergem sobre cancelamento de transplantes

Saúde
Médicos da Unesp divergem sobre cancelamento de transplantes 14 dezembro 2012

O cancelamento de transplantes de fígado e pâncreas realizados no Hospital das Clínicas de Botucatu (SP) tem gerado impasse e um desencontro de dados entre a Superintendência administrada por Emílio Curceli e o diretor do Núcleo de Transplantes, Juan Carlos Llanos, coordenador de todo o programa de transplantes da unidade. O procedimento que é pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tornou o HC referência na captação e transplante de órgãos, não vem sendo realizado.

Médicos que fazem parte da equipe responsável pelos transplantes desses órgãos falaram sobre a complexidade do procedimento e que, desde 2010, não é feito o repasse da verba para os profissionais. “De dezembro de 2010 até o mês passado não houve nenhum repasse, nem da captação, onde as equipes se expuseram a rodovias, a madrugadas e consequentemente, afetou seus familiares também, como o repasse para os funcionários do Hospital das Clínicas responsáveis pelo transplante. Esse repasse que tem verba extra orçamentária para o HC através da Secretaria Estadual de Saúde não foi repassado para as equipes’, afirma Juan Carlos Llanos.

Com o objetivo de aumentar o número de procedimentos realizados em todo país, há poucos meses, o governo federal aumentou o valor da verba que é repassada para cada transplante realizado. Esse valor é enviado a Secretaria Estadual de Saúde, para quem o HC deve prestar contas. Em nota, a Secretaria afirmou que a equipe de transplante não tem ligação direta com o hospital, apenas utilizam as instalações, no entanto, médicos da equipe afirmam que receberam apoio da Superintendência do HC para começar a realizar esses procedimentos em 2010.

“Para esse procedimento é necessário uma equipe multiprofissional não só de médicos, porque nós temos a equipe médica cirúrgica, a equipe clínica, o serviço de terapia intensiva, hemoterapia, anestesia, ou seja, são vários profissionais envolvidos. E tudo isso se inicia a partir do momento do controle e preparo do paciente para que ele seja submetido ao transplante”, ressalta o médico Giovanni Faria da Silva, que também realiza os transplantes.

Em nota a Superintendência do HC esclareceu que é improcedente a informação de que a Unidade não repassava recursos financeiros ? equipe transplantadora. Ainda de acordo com a nota, os valores eram repassados normalmente, mas a equipe pleiteava um valor superior ao legalmente estabelecido pelo Ministério da Saúde. Por isso os médicos interromperam o serviço de transplantes de pâncreas e fígado, comunicando esta decisão ? Superintendência.

Fonte: G1 – TV TEM

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