Fotos: Acontece Botucatu
Victoria Gabriela Nunes Olindo tem apenas 7 anos, mas já carrega o pesado fardo de lutar contra uma grave doença: a leucemia. Os primeiros sintomas foram descobertos pela família em março de 2014 e desde então a garotinha vem enfrentando a situação com uma força invejável.
Depois de 2 anos de tratamento, em abril de 2016, Victoria ganhou um alívio momentâneo ao se livrar dos pesados tratamentos com medicamentos e também sessões de quimioterapia. Ela estava bem, frequentando o segundo ano no Projeto Madre Marina Videmari, na Vila Real, onde mora com a mãe, dois irmãos e a avó, mas há pouco mais de uma semana, o pesadelo dela e de toda família voltou.
“Ela começou a se sentir mal nas últimas semanas, apareceram manchas pelo corpo, daí corremos no hospital. Ela fez vários exames e foi constatado que a leucemia tinha voltado”, contou Amanda Nunes, mãe de Victoria.
Victoria Gabriela teve que interromper a vida em conjunto com os coleguinhas da escola para lutar novamente pela vida. Mesmo diante do maior desafio de sua curta existência e esgotada fisicamente de suas pequenas forças de criança, ela ainda brincou com a reportagem do Acontece Botucatu.
“Olha, eu estou assim por causa de uma injeção que tomei”, disse Victoria que procurava com muito esforço sorrir a cada foto.
Paciente da Oncologia Pediátrica do HC de Botucatu, a menina passou a última semana internada. Mas os remédios e as torturantes sessões de quimioterapia para uma criança de apenas 7 anos são apenas medidas paliativas, pois, a pequena Victoria precisa mesmo, e de forma urgente, é de um doador de medula óssea. A grande dificuldade é encontrar um doador compatível. “A gente ouviu falar que a chance de encontrar um doador compatível, é um em mil pessoas, mas nós temos fé que vamos achar”, disse a avó da Victória, durante visita da equipe do Acontece na casa onde elas moram.
Campanha pela internet
Angustiada com a situação, Patrícia Andrade Santos, amiga da família, criou uma página no Facebook para tentar angariar doadores de medula para Victoria. A tarefa não tem sido das mais fáceis.
“Começamos a campanha pela internet na última segunda feira, dia 15. Hoje temos aproximadamente 170 pessoas na página, por isso procuramos a reportagem do Acontece, para ajudar na divulgação e quem sabe aparecer um doador o mais rápido possível”, disse Patrícia.
O cadastro de doadores de medula óssea não é tão simples. Depois da coleta no hemocentro, o sangue é enviado para uma central no Rio de Janeiro que faz a triagem para acompanhar se determinado doador é compatível. Na família de Victoria não há compatibilidade, mas existe esperança.
“Os irmãozinhos não podem ser, são duas crianças pequenas, eu não sou compatível nem a avó dela, que já não tem idade para doar. É angustiante, mas eu tenho fé, eu tenho esperança e tudo vai acabar bem. Vamos encontrar um doador compatível para minha filha. Tenho muita fé”, disse emocionada a mãe Amada Nunes.
A família pede ainda ajuda com doações, já que mãe precisou deixar o trabalho que fazia para cuidar da pequena Victória. O telefone para contato é 99783-7645. A página feita no facebook para Victória pode ser acessada no link: https://www.facebook.com/patriciasantosbtu/
O que é a Leucemia?
A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.
A medula é o local de formação das células sanguíneas, ocupa a cavidade dos ossos e é conhecida popularmente por tutano. Nela são encontradas as células mães ou precursoras, que originam os elementos do sangue: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas.
Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos (causando infecções) e das plaquetas (causando hemorragias). Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo com isso que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia. (Fonte: Site Minha Vida)
Quem pode doar?
Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea. Esta é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções, e se recompõe em apenas 15 dias.
Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5ml para testes. Estes testes determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente.
Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante.
Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação.
Tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as células do doador e do receptor. A chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de uma em cem mil!
Por isso, são organizados Registros de Doadores Voluntários de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar. Quando um paciente necessita de transplante e não possui um doador na família, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.
Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte.
A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo.
Em caso de dúvida, contatar o Hemocentro do Hospital das Clínicas de Botucatu pelo número (14) 3811-6234, ramal 240.
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