O proprietário e gestor do Hospital do Câncer de Barretos, Henrique Prata, esteve em Botucatu nesta quinta-feira para discutir com um grupo de pessoas da cidade de Botucatu, entre médicos da Unesp de diferentes especialidades e profissionais liberais a implantação do Hospital do Câncer de Botucatu.
O escritor Francisco Marins, que recepcionou Prata no espaço Tempo e Memória, Arquivo e Biblioteca Francisco Marins, no Vale do Sol, no mês passado, em nome da família, fez a doação de um terreno de 22 mil metros quadrados, para que o hospital fosse construído. Essa área fica em um local privilegiado e muito valorizado no Bairro Vale do Sol, ? s margens da Rodovia Presidente Castello Branco.
Estiveram presentes nessa reunião realizada no Memorial Francisco Marins vários médicos da Unesp de Botucatu das mais diferentes especialidades, assim como o prefeito João Cury Neto e sua esposa Rachel Cury e o vice-prefeito Antônio Luiz Caldas Júnior, o ex-reitor da Unesp, professor José Carlos de Souza Trindade, além de profissionais liberais. Todos engajados nesse projeto. A ausência mais sentida foi do Arcebispo Emérito de Botucatu, Dom Antônio Maria Mucciolo, que é um dos maiores incentivadores desse hospital, mas que não pode estar presente por motivos de saúde.
O médico Roberto Sogayar lembra que foi já feito uma reunião no mês passado, onde se lançou a semente para que esse projeto seja viabilizado e atenda a demanda da região. Esse amplo terreno doado pela família Marins foi o primeiro e decisivo passo para que esse hospital, que será gerido pela Unesp, venha a ser construído, salientou.
O próximo passo é viabilizar o projeto arquitetônico e verbas para construção, assim como, criar a Associação Oncológica Santo Agostinho (nome sugerido ao hospital), que irá buscar recursos nos setores públicos e privados. Vamos criar as comissões para cuidar de determinadas setores como área médica, jurídica, construção civil e financeira. A pedra fundamental foi lançada e agora temos que trabalhar para que o Hospital do Câncer de Botucatu se torne realidade, observou Sogayar.
{n}Exemplo a ser seguido{/n}
Durante esta reunião, Henrique Prata fez uma explanação geral sobre como foi o processo de instalação do Hospital do Câncer de Barretos que hoje é referência mundial e atende pacientes oriundos de diferentes regiões de São Paulo e de outros estados do País. Esse atendimento é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Prata incentivou Botucatu a levar adiante a idéia de ter o seu próprio Hospital do Câncer e voltou ao tempo, lembrando que na década de 60 seu pai, Paulo Prata, plantou a semente que germinou, cresceu, se fortaleceu e conquistou espaço no cenário oncológico nacional, graças ? competência, desprendimento e seriedade de seus médicos e equipe técnica. É isso que espero que Botucatu faça, disse Prata
Lembrou que, em seu início, o Hospital de Barretos contava com apenas quatro médicos pioneiros: Paulo Prata, Scylla Duarte Prata, Miguel Gonçalves e Domingos Boldrini. Eles trabalhavam em tempo integral, dedicação exclusiva e caixa único permitindo um tratamento eficiente aos pacientes. Esta filosofia de trabalho promoveu o crescimento da Instituição, colocou Prata.
Devido ? grande demanda de pacientes e o velho hospital não comportar todo crescimento, Paulo Prata, idealizador e fundador, recebeu a doação de uma área na periferia da cidade e propôs a construção de um novo Hospital que pudesse responder ? s crescentes necessidades.
De lá, pra cá, sempre contando com aliados e promoções, o hospital chegou a ser o que é hoje, com equipamentos sofisticados e necessários para prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer, contando com uma equipe médica altamente qualificada e transmultidisciplinar. É isso que espero que o hospital de Botucatu seja, frisou Prata.
Os números do Hospital do Câncer de Barretos impressionam. São 1.600 funcionários e 160 médicos especializados; 2.800 atendimentos por dia; 99,25% dos atendimentos através do SUS; atende a 1.238 municípios e 90 distritos em 1.328 localidades abrangendo 26 Estados + Distrito Federal; déficit mensal de mais de R$ 3.400.000,00; mais de 12 mil novos casos por ano; 6.000 refeições diárias; 2.000 kg de roupas lavadas por dia; 13 alojamentos com capacidade para 650 pessoas (pacientes e acompanhantes), sendo dois infantis.
Fotos: David Devidé
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