Hospital Dia credenciado para pesquisa de vacina contra o HIV

Saúde
Hospital Dia credenciado para pesquisa de vacina contra o HIV 02 abril 2011

Um passo importante para o combate ao vírus HIV, que ao longo de três décadas de epidemia já vitimou mais de 60 milhões em todo o mundo, terá a colaboração direta do Serviço de Ambulatórios Especializados e Hospital Dia “Domingos Alves Meira”, administrado pela Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), em Botucatu.

Além de atuar diretamente no tratamento clínico e social do portador da aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), a unidade foi credenciada para ser um dos polos que integrarão o Plano Brasileiro de Vacina anti-HIV. A participação da unidade vai desde a capacitação de profissionais da área da saúde para a pesquisa e até testes de medicamentos e vacinas em desenvolvimento.

O credenciamento ocorreu após minuciosa análise do Departamento de DST, aids e Hepatites Virais, da Secretaria de Vigilância em Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde. Foi verificado como os atuais centros de atendimento a DSTs espalhados pelo país se apresentavam quanto a capacidade material, estrutural e de Recursos Humanos. Nessas três análises, o SAE/HD mostrou-se capacitado em agregar a pesquisa contra o HIV.

Nos próximos meses, uma nova vacina para inibir o agente causador da aids deve entrar em teste em diversas partes do mundo. O Brasil- que possui um dos programas de combate ? s DSTs/aids- integra o projeto e escolherá nos próximos meses os locais aptos para os testes da vacina.

O desenvolvimento da vacina é da IAVI (Iniciativa Internacional de Vacina contra a aids). Pelo projeto, a nova medicação deve levar anos para se tornar acessível ao público. No entanto, a primeira fase do estudo, que verificou os possíveis efeitos colaterais já foi realizada e parte agora para a segunda etapa, que consiste analisar a eficácia no combate ao vírus, extremamente mutagêneo, conforme explicam especialistas no assunto.

“Essa vacina contra o HIV, que está em desenvolvimento, deve ser testada durante os próximos anos em todo o mundo”, ressalta o médico infectologista do SAE/Hospital Dia, Alexandre Naime Barbosa, que deve ser um dos pesquisadores líderes do projeto pela unidade.

Dr. Naime foi um dos 30 escolhidos na América Latina que receberam a atualização, dias 17 e 18 de março em São Paulo, sobre o projeto. O objetivo é transformar médicos, com doutorado e em início de carreira, em líderes e difusores dos métodos de pesquisa aos colaboradores de cada centro escolhido. “O governo brasileiro, em parceria com a IAVI, está fazendo uma rede extensa de centros para essa pesquisa em todas as regiões do país e os resultados são para uma ou duas décadas”, realça.

Para o médico, o credenciamento representa a consolidação da excelência na assistência aos pacientes com HIV, Hepatites B e C e vírus HTLV I e II. “Para a unidade, participar de uma rede como essa pode garantir maior capacidade de estudos, pesquisas secundárias e também captação de recursos”, salienta Dr. Naime.

{n}Unidade realiza mais de 13 mil consultas ao ano{/n}

Em seis anos de funcionamento, o SAE/Hospital Dia “Domingos Alves Meira” realizou mais de 13 mil consultas. Em sua gama de atuação, a unidade realiza projetos sociais como cursos de informática, palestras sobre DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e terapia ocupacional. Assistência a vítimas de acidentes com risco biológico, ferimentos ocupacionais em ambiente hospitalar também integram o quadro de serviços do hospital.

A unidade, mantida pela Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), apresentou em 2010 índice de 1,30% de mortes no total de pacientes atendidos pelo hospital. Em meados da década de 1980, esse número era de quase 100% na relação entre casos registrados e óbitos devido ? doença.
Letalidade é a quantidade de óbitos relacionados ao número de casos em determinada doença ou epidemia.

Não somente na área assistencial o SAE/HD tem se tornado referência. É um importante palco para pesquisa e aprimoramento profissional em diversas áreas da saúde. Por ano, 340 alunos de Medicina e Enfermagem realizam estágios e programas de residência na unidade.

Há também a colaboração direta de 12 médicos voluntários e de outros profissionais como psicólogos. A unidade também tem em seu quadro de funcionários dentistas, fisioterapeutas e terapeuta ocupacional, além de uma equipe para a área administrativa.

Fonte: Flávio Fogueral/ Jornal da FMB

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