Encontro realizado na Índia reuniu apenas 25 especialistas de todo mundo; no Brasil, somente dois foram selecionados
A nefrologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) Profa. Dra. Daniela Ponce participou no mês de setembro do Acute Dialisys Quality Initiative (ADQI), uma conferência mundial que discute, analisa e define as estratégias para o melhor diagnóstico e tratamento da lesão renal aguda.
O evento ocorreu na Índia e teve como foco o manejo da lesão renal aguda em países em desenvolvimento, sob a coordenação da Universidade de San Diego, dos Estados Unidos (EUA). Foram selecionados apenas 25 especialistas da área de nefrologia em todo mundo e, no Brasil, somente Dra. Daniela e o Dr. Emmanuel Burdmann, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), foram convidados.
Dra. Daniela Ponce explica o objetivo da convenção. “Nossa função é elaborar consensos e recomendações para o diagnóstico e tratamento da lesão renal aguda. Em quatro dias, nos reunimos, estudamos e revisamos toda a literatura da área para elaborar que diretrizes serão seguidas para identificar os fatores de risco, prevenir, diagnosticar e tratar a doença por especialistas de todo o mundo”, diz.
A lesão renal aguda é a perda abrupta da capacidade dos rins de eliminar substâncias tóxicas e o excesso de líquido. É uma doença grave e frequente, que pode acarretar distúrbios do equilíbrio do sangue. Segundo dados de 2013, cerca de 40% dos pacientes internados na UTI do HCFMB foram diagnosticados com essa lesão.
Dra. Daniela afirma que, também em países com menores índices de desenvolvimento, a doença pode ser prevenida e devidamente tratada, de acordo com os recursos oferecidos pelo país aos médicos e pacientes. “No ADQI, discutimos todo o tratamento da lesão renal aguda em países em desenvolvimento: desde a prevenção até as estratégias de tratamento, com objetivo de diminuir sua mortalidade”, diz.
“Ser convidada para o ADQI na Índia foi surpreendente. Trabalho e estudo durante anos sobre este tema e ter a oportunidade de ajudar médicos do mundo todo a diminuir a taxa de mortalidade desta doença é muito gratificante. Sem o incentivo e a colaboração da equipe da nefrologia e da insituição não teria conseguido consolidar essa linha de pesquisa e, consequentemente, não participaria desse evento. Mostramos durante todos esses anos que podemos tratar esses pacientes adequadamente, com modalidades de diálise compatíveis com os recursos de países em desenvolvimento”, finaliza Dra. Daniela.
Vivian Abilio – Assessoria de Imprensa do HCFMB via 4toques Comunicação