Na manhã dessa terça-feira, 26 de abril, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), autarquia da Secretaria de Estado da Saúde, prestou homenagem e reforçou a parceria com a Polícia Civil do Estado de São Paulo na retomada do Programa de Transplantes de Fígado, que foi recredenciado junto ao Ministério da Saúde em 2010.
Foram homenageados os integrantes do Serviço Aeronáutico da Polícia Civil, que colaboraram, dia 26 de março, com a logística de transporte para o processo de transplante de um fígado, destinado a uma mulher que sofria há 25 anos de fibrose no órgão. Com o auxílio, foi possível transportar o órgão de Bragança Paulista a Botucatu em uma hora. Caso fosse realizado por rodovias, o translado levaria mais de quatro horas. A paciente, no entanto, veio a óbito dias após a cirurgia, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Com a presença do diretor do DEIC (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), Nelson Silveira Guimarães, do delegado supervisor do Serviço Aerotático da Polícia Civil, Roberto Bayerlein; além dos gestores da Faculdade de Medicina/Unesp (FMB), Sérgio Müller; e do HCFMB, Emílio Curcelli e do coordenador geral da Política Institucional de Transplantes de Órgãos e Tecidos do HCFMB, Juan Carlos Llanos, a cerimônia consistiu na entrega de uma placa em homenagem aos policiais responsáveis pelo transporte e auxílio na logística para que o transplante fosse realizado.
Foram agraciados os profissionais Fábio Coan Sampaio (delegado piloto), Marcelo Gasparino Silva (delegado co-piloto), Rodrigo Alves de Oliveira Júnior e Luciano da Silva (investigadores tripulantes), que atuaram diretamente no transporte do órgão de Bragança Paulista a Botucatu.
Responsável pela coordenação de transplantes no hospital, o professor Juan Carlos Llanos ressaltou ainda a necessidade da cultura de doação de órgãos ser assimilada pelo brasileiro. Exemplificou que no país, anualmente seriam necessários mais de 4.500 cirurgias de transplante de rim. Os números realizados não chegam a 1.200. No entanto, tem boas perspectivas para o futuro, através de parcerias e trabalhos de hospitais e associações que buscam mudar essa realidade. Concretizamos um trabalho árduo que existe há três décadas no HCFMB, que agora volta a se estruturar para diversos tipos de transplantes dentro de suas atividades, declarou.
Já o diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), prof. Sérgio Müller, endossou o discurso de Llanos ao lembrar as ações de parcerias com outros órgãos como Polícia Civil, Secretarias e o próprio Ministério da Saúde. Essas ações também tiveram por objetivo formar conhecimento e preparar nossos profissionais para atuar em situações complexas como essas. A FMB tem um histórico importante no transplante renal e retoma a
preocupação com os outros tipos dessa cirurgia, ressaltou o diretor.
Emílio Curcelli, superintendente do HCFMB, frisou que a missão do hospital é oferecer ? população atendimento em casos complexos. Segundo ele, a parceria com a Polícia Civil foi de extrema importância para que a cirurgia fosse possibilitada. Mais do que um transplante, vemos o trabalho de uma equipe multiprofissional que não mediu esforços para salvar uma vida, reforçou o gestor.
Para Nelson Guimarães, diretor do DEIC, a colaboração com o HCFMB foi mais um meio de a Polícia estar próxima da população. A Polícia Civil não é só força, mas também uma instituição para proporcionar segurança e vida ? s pessoas. Esse é um exemplo de uma polícia voltada ? sociedade, concluiu.
Fonte: Flávio Fogueral/Jornal da FMB
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