Após anos de dedicação da professora e ginecologista Dra. Anagloria Pontes, com o empenho fundamental do superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), professor Dr. Emílio Carlos Curcelli, o Centro de Reprodução Humana do HCFMB torna-se realidade.
O novo laboratório é o único centro de reprodução humana assistida da rede pública na região. Com a aquisição de novos equipamentos, o Centro de Reprodução Humana realizará, inicialmente, a criopreservação de sêmen em pacientes oncológicos, como por exemplo, pacientes jovens com câncer de próstata, leucemia ou linfoma que desejam congelar o sêmen, pensando em uma gravidez futura.
Dra. Anagloria comenta a importância do Centro de Reprodução Humana do HCFMB em termos de saúde pública: “Além da realização das técnicas de reprodução assistida, o centro acaba diagnosticando precocemente várias doenças, como as sexualmente transmissíveis e o câncer de colo uterino, bem como trata casos de obesidade e tabagismo, fatores que contribuem muito para a infertilidade”, diz.
Após a realização da certificação de todos os equipamentos e um controle rigoroso e específico dos ambientes em que os procedimentos irão ocorrer, a fertilização in vitro e a injeção intracitoplasmática dos espermatozoides (ICSI) passarão a ser realizados no novo centro.
A embriologista Dra. Patrícia Tsuribe, que atua juntamente com a Dra. Anagloria nos trabalhos do novo Centro de Reprodução Humana, explica as técnicas que serão desenvolvidas no novo centro. “Trabalharemos com a fertilização in vitro convencional (FIV), onde os óvulos são retirados da paciente e o esperma fecunda espontaneamente o óvulo, e com a ICSI, indicada nos casos onde o esperma tem baixas chances de fecundação”, diz.
Inicialmente, com a epidemia do vírus Zika, o Centro de Reprodução Humana do HCFMB atuará com muita cautela ao realizar qualquer procedimento em mulheres que desejam engravidar, considerando que o vírus está associado à microcefalia e a outras alterações no sistema nervoso central. Dra. Anagloria explica que já há uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, de 30 de março de 2016, que acrescenta o teste laboratorial para detecção do vírus da Zika antes de se realizar os procedimentos de reprodução assistida, evitando assim qualquer risco de realizar procedimentos em mulheres já infectadas pelo vírus.
A avaliação do casal infértil que deseja engravidar é iniciada após 12 meses de relações sexuais frequentes, sem que a paciente consiga engravidar. “Inicialmente, fazemos a avaliação do casal, depois a indução da ovulação com coito programado e também da inseminação intrauterina. Após esta avaliação, identificamos a causa da infertilidade e direcionamos o tratamento. Porém, toda essa análise deve ser realizada antes que a mulher tenha acima de 35 anos, já que sua fertilidade diminui progressivamente após essa idade”, ressalta Dra. Anagloria.
As técnicas de reprodução humana assistida são a última opção de tratamento para os casais que não conseguem engravidar. No caso de indicação deste procedimento, a chance de sucesso a cada tentativa é de aproximadamente 25%, dependendo de inúmeros fatores relacionados ao casal, entre eles, a idade do paciente.
Dra. Anagloria enfatiza que o novo centro é um marco fundamental, tanto para ela quanto para o HCFMB. “O Centro de Reprodução Humana só se tornou realidade porque tive ajuda de uma equipe maravilhosa e comprometida com a profissão. Só tenho a agradecer pela colaboração e o carinho de todos. ‘Não precisamos de homens providenciais com superpoderes para resolver as questões da vida e da morte. Precisamos de pequenos heróis com respostas para os problemas de todos os dias, mesmo porque, a vida é feita de todos os dias’”, finaliza, citando Luis Fernando Veríssimo.
A equipe da Dra. Ana Glória é composta pelas seguintes profissionais: Dra. Lúcia Delmanto, Dra. Ana Gabriela Pontes Santos, Dra. Patrícia Tsuribe, Denise Ramires e Rosemeire Bruder Lucas.
Informações e imagens da Assessoria de imprensa do HCFMB
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