Fotos: Valéria Cuter
A Superintendência do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Botucatu, por meio da Diretoria de Urgência e Emergência, encaminhou resposta ? reportagem que julgou inverídica com informações veiculada no Acontece Botucatu no dia 04 de janeiro, sobre um grande tumulto gerado pela excessiva demora no atendimento. Esclarece que a unidade recebeu neste sábado (04) 200 pacientes em suas 24 horas de funcionamento, tendo 113 destes comparecido no horário entre 7 e 19 horas. Todos os pacientes, segundo a nota, que chegam ao PSA passam por uma triagem recomendada pelo Ministério da Saúde para que os casos considerados mais graves, sejam atendidos com prioridade máxima.
Dos 113 pacientes que chegaram ? Unidade entre os horários citados, um foi considerado caso de urgência e recebeu atendimento imediato. Os demais 112 pacientes foram identificados como sendo casos de maior complexidade, o que naturalmente torna qualquer atendimento mais demorado, uma vez que existe a necessidade de investigações clínicas que demandam diagnósticos por imagem, coleta de exames laboratoriais, administração de medicamentos e procedimentos como suturas e curativos.
Diferente do que foi divulgado pela reportagem acima citada, em nenhum momento das 24 horas do dia 04 o PSA teve apenas dois médicos trabalhando. A equipe de saúde que trabalhava na unidade contava com 05 médicos, 03 enfermeiros e 06 técnicos de enfermagem, além dos profissionais multidisciplinares (assistente social, registro, raios-x, recepção, motorista, controladores de acesso e farmacêutico). A Superintendência do HC ainda afirma que a conduta de sugerir que os pacientes voltem para suas casas é veementemente repugnada e não faz parte das atividades designadas por seus profissionais.
{n}{tam:25px}Nota da redação{/tam}{/n}
Já há muito tempo que o Hospital das Clínicas de Botucatu vem sofrendo críticas pelo atendimento que presta ? população, seja no PS Regional, seja no PS da Faculdade de Medina em Rubião Júnior, onde pacientes ficam em macas nos corredores, com atendimento precário e quando chove a água invade os corredores onde os pacientes aguardam chamada.
Esse absurdo foi registrado com fotos e publicado em um jornal de circulação na Cidade. Isso sem falar das denúncias de diversas mortes sob acusação de negligência médica que foram denunciadas e, até agora, muito mal explicadas. Também numa rádio local chegou até a denúncia de que estava faltando produtos básicos como gase e esparadrapo.
Quanto ao lamentável episódio do último sábado onde pacientes ficaram horas e mais horas aguardando atendimento, o jornal apenas e tão somente publicou um fato que estava acontecendo ouvindo a versão de várias pessoas que lá estavam esperando atendimento por várias horas e que havia somente dois médicos prestando atendimento e somente após as 19 horas é que cinco médicos passaram a atender. Não foi o jornal que disse isso e sim os pacientes e familiares que lá estavam.
A reportagem tentou buscar explicações com a enfermeira responsável pelo plantão, Jaqueline Barros que alegou que não poderia dar declarações sobre o que ocorre no PS. Pedimos, então, que fosse acionado alguém que pudesse falar sobre o assunto, mas como já eram 20h30, as explicações só poderiam ser dadas no dia seguinte (domingo).
E a situação tomou tal proporção que além da Guarda Civil Municipal (GCM) uma viatura da Polícia Militar esteve no local e conversou com vários pacientes e familiares que lá estavam. O que eles disseram pode ser facilmente comprovado. É só ouvir a versão dos policiais e ver o que estavam falando.
Então, por favor, não venha a direção da Superintendência do HC desqualificar a reportagem do jornal para tentar justificar sua inabilidade para atender a demanda de pacientes e prestar um atendimento digno. Ela deve sim assumir, publicamente, suas deficiências. Não tem cabimento uma pessoa doente ficar três, quatro, cinco, seis horas numa sala de espera. Quem já passou por isso sabe o que estamos falando. A Saúde é um direito constitucional de qualquer cidadão brasileiro. E isso tudo isso acontece num hospital que foi autarquisado e recebe verbas próprias do governo do Estado para dar atendimento digno ? população. E pela resposta que foi dada parece que tinha mais gente trabalhando do que esperando atendimento.