26 outubro 2023
Caravana da SONESP colocará em discussão doenças vasculares do sistema nervoso central
Assuntos de relevância para a área de Neurocirurgia serão colocados em discussão em mais uma Caravana SONESP, que acontecerá nos dias 27 e 28 de outubro na Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/UNESP). Organizado pela Associação dos Neurocirurgiões do Estado de São Paulo, o evento contará com palestras, aulas e discussões que abordarão doenças vasculares do sistema nervoso central como aneurisma, mal formação arteriovenosa e cavernoma.
“A SONESP se reúne periodicamente em alguns centros de neurocirurgia do estado de São Paulo. Botucatu, que sempre foi referência na área de Neurocirurgia Vascular, terá a honra de receber o próximo encontro. A Neurocirurgia é uma especialidade com poucos profissionais no mundo. Em nossa faculdade temos quatro docentes, além de médicos contratados. É muito importante trazer essa discussão para a FMB. Ser a sede desse grande evento estadual coloca nossa escola no nível que ela merece estar”, afirma o Prof. Dr. Pedro Tadao Hamamoto Filho, membro da comissão organizadora.
Além dele, o Prof. Dr. Marco Antonio Zanini também é um dos organizadores. A iniciativa conta ainda com apoio do Professor Associado Adriano Yacubian Fernandes e Prof. Dr. Carlos Clayton Macedo de Freitas, todos do Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria da FMB. Totalmente gratuito, o evento é aberto à comunidade acadêmica, profissionais da área de saúde e neurocirurgiões de todo o Estado de São Paulo. As inscrições devem ser feitas no local do evento. Na sexta-feira (27), as atividades acontecerão no Salão Nobre e no sábado (28) na Central de Aulas.
Programação
No primeiro dia da Caravana SONESP, o foco das discussões será aneurisma. “O evento serve para trazer as nuances técnicas de cada uma das localizações das lesões vasculares. Nem todo aneurisma cerebral é igual ao outro. Sempre tem uma particularidade da localização de cada um, que nos leva a entender um pouco mais a anatomia, os detalhes que colocam a dificuldade na cirurgia”, explica Hamamoto.
No segundo dia vão discutir MAVs que são doenças muito complexas, cujo tratamento cirúrgico é bastante desafiador. “Principalmente aquelas que acometem áreas do cérebro que são mais eloquentes. Se você tem uma MAV, vasos mal formados em cima da área motora, da área da fala é difícil ressecar a lesão preservando a função”, destaca o especialista.
Também estarão em pautas os cavernomas, malformações vasculares que possuem um comportamento mais benigno. Segundo Hamamoto, esse tema vem ganhando cada vez mais espaço na literatura. “Os maiores especialistas têm publicado e falado bastante sobre zonas seguras de entrada no tronco cerebral para poder abordar essas lesões, que eram pouco diagnosticadas no passado até pela indisponibilidade de ressonância magnética. Hoje o diagnóstico é mais frequente. Saber como conduzi-las e operá-las é fundamental para todo neurocirurgião”, afirma.
Interesse e atendimento
Área considerada desafiadora, com diversas sub-especialidades e de formação muito longa (cinco anos de residência), a Neurocirurgia tem pela frente o desafio de transformar-se na especialidade preferida para um número maior de estudantes de Medicina. “Esse tipo de encontro também serve para divulgar a especialidade entre os discentes e despertar o interesse. Em todas as aulas os palestrantes trazem vídeos mostrando cirurgias. Na graduação nem todo mundo tem a oportunidade de ver uma cirurgia de aneurisma. Casos de infarto, convulsão, todo mundo vai ver no Pronto Socorro”, acrescenta Hamamoto.
Questionado sobre o perfil do atendimento na área de Neurocirurgia prestado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), o especialista diz que quase todas as sub-áreas são contempladas pelo serviço e que a maior demanda se concentra em aneurisma, tumores (neoplasias), metástase cerebral, doenças de coluna, hérnia de disco, hidrocefalias, alguns procedimentos funcionais para dor crônica, malformações em geral de crianças.
“A neurocirurgia como um todo trata principalmente de doença traumática como trauma crânio encefálico, trauma raquimedular. Mas isso pode ser feito em qualquer hospital. O que o HC tem que se propor a fazer são as cirurgias de alta complexidade como aneurisma, malformação arteriovenosa. A demanda ambulatorial é muito grande. Estamos muito interessados em fazer a Neurocirurgia crescer ainda mais dentro do HC”, explica.
Uma presença bastante aguardada na Caravana SONESP é do professor aposentado da Neurocirurgia, Roberto Gabarra, que durante muito tempo integrou a diretoria da associação e coordenou eventos dessa natureza em outros locais. “Para nós é um orgulho que a sociedade se reúna aqui e o professor Gabarra é um convidado especial porque ele fez muito pela SONESP e pela Neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Botucatu”, conclui Hamamoto.
Para conferir a programação completa do evento acesse: https://www.sonesp.com.br/eventos/Caravana-SONESP
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