Data internacional é celebrada neste domingo
Todos os domingos a secretária Íris Aparecida dos Santos e mais três voluntários acordam às 5h da manhã, para assar pãezinhos quentinhos. São dois mil pães que vão parar na mesa de famílias carentes de Planaltina (DF) e Planaltina de Goiás (GO). Além dos pães ela distribui sopas e outras refeições. “Tudo, absolutamente tudo, é proveniente de doações. Então o que eu faço é a medida do que eu ganho”, disse.
A vocação para ajudar vem de família. Há 60 anos, o avô de Irís fundou um centro espírita destinado a fazer caridade “Essa questão de ajudar, fazer o bem, eu nasci nesse meio. E sempre fiz, sempre gostei. É minha vida.”, destacou.
Há seis anos ela cuida do Posto de Assistência Maria de Nazaré (Pamana), que atende cerca de 30 famílias e 60 crianças. Lá, eles têm um trabalho de alfabetização, distribuição de alimentos. Tudo é baseado em doações.
“Eu tenho, graças a Deus, uma grande corrente, uma rede de amigos, que são esses amigos que nos ajudam, através da doação de todos os itens, a gente faz bazar, ganho móveis, eletrodomésticos, por todo o DF. E essas vendas vão ajudando a gente a ajudar tantas famílias”. Iris também recebe doações de itens hospitalares como cadeiras de rodas, cadeira de banho e macas, que emprestam para quem precisa. “Eles usam e devolvem. Assim a gente vai ajudando várias pessoas”, comemorou.
Assim como Irís, 48% dos brasileiros fazem ou já fizeram uma ação voluntária. E 71% dos brasileiros têm interesse no voluntariado. Os dados fazem parte de uma de uma pesquisa do Itaú Social e Instituto Unibanco, realizada pelo Datafolha, divulgada em comemoração ao Dia Internacional do Voluntário, celebrado neste domingo (5).
Foram ouvidas 1.871 pessoas, a partir dos 14 anos, com o objetivo de analisar a perspectiva do brasileiro em relação ao voluntariado. Dos entrevistados 28% participa de ações de voluntariado pelo menos uma vez por semana.
O Dia Internacional do Voluntário é comemorado neste domingo – Arte/Agência Brasil
Entre as principais causas que gostariam de atuar são de assistência (doação de alimentos, vestuários), projetos de educação, preservação de meio ambiente, saúde, proteção de animais e acolhimento de pessoas em situação de rua.
No que se refere à doação, a maioria dos entrevistados, 91%, costuma fazer algum tipo de doação, em geral de alimentos.
Dados são de pesquisa feita por Itaú Social e Instituto Unibanco, realizada pelo Datafolha – Arte/Agência Brasil
Solidariedade que aumentou na pandemia. A vendedora Fabiana de Oliveira Bezerra Gerber, que ajuda na doação de alimentos em Curitiba conta que, durante esse período, a ajuda foi muito maior e ela conseguiu montar uma cesta de alimentos muito mais recheada.
“Com toda essa crise que veio junto com a pandemia, as famílias [ajudadas] aumentaram Além disso, o centro do qual Fabiana participa ajuda com atendimento fraterno e cursos de capacitação. “O trabalho é muito gratificante: ver o sorriso delas, escutar elas dizerem que a nossa conversa com elas faz bem. Isso não tem preço”, disse.
A coordenadora de Engajamento Social e Leitura do Itaú Social, chama atenção para outro dado da pesquisa: 93% das pessoas entrevistadas reconhecem a importância da ação voluntária, mas 28% acham que é preciso ter formação específica para essa prática. Entre as pessoas não escolarizadas o número chega a 46%.
“Ou seja, as pessoas querem fazer, acham que é importante, mas acreditam que precisa ter uma qualificação. Não porque o trabalho é voluntário que ele pode ser feito de qualquer jeito. Sobretudo quando se trata de ações voluntárias para a educação, é preciso reconhecer os desafios que a educação enfrenta. O voluntário precisa identificar quais são as necessidades do território, para depois planejar ações para que, de fato, sejam adequadas e efetivas.”
Agência Brasil
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