Medida também foi tomada em outros estados e ocorre após Anvisa recomendar que grupo não seja vacinado com vacina da AstraZeneca. Vacinação de grávidas com comorbidades começaria nesta terça (11) no estado de SP
Conforme orientação da Anvisa, as gestantes não serão imunizadas em Botucatu no domingo, 16, dia da vacinação em massa da população no estudo clínico da Oxford/Astrazeneca, Fiocruz e Unesp. A informação deve ser confirmada ainda hoje pela Prefeitura, após o próprio laboratório suspender a vacina nesses casos.
O governo de São Paulo já havia suspendido vacinação de grávidas com comorbidades, que deveria começar a partir de hoje, conforme previsto pelo calendário da gestão estadual. A medida também já foi tomada no estado do Rio de Janeiro, em Pernambuco e no Mato Grosso do Sul.
A determinação ocorre de forma preventiva, após a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendar a suspensão imediata da aplicação da vacina contra Covid da AstraZeneca/Fiocruz nesse público.
De acordo com a gestão de João Doria (PSDB), a suspensão será mantida até que ocorra uma nova orientação por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde.
O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que o estado não tem doses suficientes das vacinas da CoronaVac e Pfizer, os outros dois imunizantes aplicados no país, para conseguir vacinar essa parte da população.
“Temos ainda um quantitativo para a vacina do Butantan [CoronVac] que não daria, não conseguiria pleitear todas as mulheres grávidas do nosso estado, assim como a dificuldade da vacina da Pfizer, frente às baixas temperaturas [de armazenamento], uma questão absolutamente de logística e de estocagem, nós temos que encerrar ou suspender temporariamente pra que nós, da Secretaria de Estado da Saúde, estejamos não só aguardando as orientações técnicas do Ministério da Saúde, em relação a qual vacina estará sendo orientada para esse público, bem como o desenho da logística que faremos a todo o nosso estado”.
A suspensão, entretanto, não afeta a vacinação das puérperas, mães de recém-nascidos, que tenham comorbidades. Elas poderão ser imunizadas a partir desta terça (12).
O secretário defendeu a eficácia e qualidade da vacina, e disse que a suspensão não deve comprometer a vacinação dos demais públicos no país.
“O que houve foi uma modificação pontual para um grupo específico que é o grupo das grávidas. Isso não se estende, isso não descontinua a utilização da AstraZeneca, uma excelente vacina, segura, eficaz, protetora e, dessa maneira, ela vai continuar sendo ministrada em outros grupos, com exceção das mulheres grávidas.”
Recomendação da Anvisa
A nota emitida pela agência reguladora na noite desta segunda (10) diz que a orientação é que “seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) a indicação da bula da vacina AstraZeneca e que a orientação é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas Covid em uso no país”.
A Anvisa, no entanto, não relatou nenhum evento adverso ocorrido em grávidas no Brasil.
O texto diz ainda que “o uso de vacinas em situações não previstas na bula só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios para a paciente”.
A bula atual da vacina contra Covid da AstraZeneca, porém, não recomenda o uso da vacina sem orientação médica.
Com informações do G1