Fotos: Valéria Cuter
Humanização. Essa palavra que pode definir o trabalho que é executado pelos profissionais do Centro de Atenção Integrada de Saúde (Cais), do Hospital Professor Cantídio de Moura Campos (antigo Psiquiátrico) que atende pessoas com transtornos mentais. A construção desse processo foi possibilitada pela evolução social, mudanças culturais, evolução na formação dos profissionais e avanço para uma medicação mais eficaz aplicadas nos pacientes.
O complexo que recebe ajuda nas esferas federal, estadual e municipal, abriga 45 moradores permanentes (25 homens e 20 mulheres) em oito casas; uma unidade do Interagir com capacidade para 44 leitos, estando, atualmente, com 33 internos (17 homens e 16 mulheres); e outros sete pacientes em regime de internação permanente (idosos e cadeirantes). Também está neste contexto a Residência Terapêutica, com duas casas no centro da Cidade, mantidas pela Prefeitura Municipal, onde moram17 pacientes que estão sempre em contato com o Cais.
No total são 103 pacientes, existindo uma rotatividade no Interagir, onde passam, em média, 15 dias. Mesmo não estando em regime de internação muitos pacientes vão para suas casas, mas continuam recebendo nossa atenção vindo ao Centro regularmente. De 14 pacientes, 10 deles voltam aqui todos os dias para praticar atividades, comentou o psicólogo Pedro Henrique Leonetti Habimorad. Por isso o número varia muito, emenda. É no prédio do Interagir que existe o projeto de se criar diferentes salas de atividades como: artesanato, biblioteca, jogos, entre outras.
De acordo com a enfermeira Juliana Felippe Camargo, em 2005 haviam 132 moradores permanentes, mas foi realizado um minucioso trabalho de identificação do paciente e hoje o número de moradores caiu para 45 pessoas. Muitos pacientes não sabiam o nome, nem de onde vieram. Fizemos esse trabalho de pesquisa e conseguimos identificar a grande maioria deles. Alguns morrerem e outros foram entregues ? s suas famílias, disse a enfermeira.
A enfermeira Sandra Regina Rosolin Soares, lembra que um grave problema que o hospital enfrentava era com relação a internação compulsória, onde presos eram encaminhados para tratamento por determinação judicial. O hospital chegou a ter 12 detentos nessa situação que causavam muitos problemas, pois o hospital não está preparado para atender a esse tipo de paciente. Foi feito um trabalho junto ao Judiciário para que o preso passasse por uma triagem médica criteriosa e o problema foi, praticamente, resolvido. Temos hoje apenas um caso no Interagir, onde a estadia do paciente fica em torno de 15 dias, revela Sandra.
Como o hospital atende a 68 municípios da região, a enfermeira Marinilce Lydia Franco Camargo explica que a internação é feita pela Central de Vagas no Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu, onde cada paciente passa por uma triagem. Recebemos o paciente da Central de Vagas e o tratamento é dado de acordo com sua necessidade, pois cada caso é um caso, diz, lembrando que o hospital conta com o trabalho de 75 profissionais nas mais variadas áreas de Saúde.
O Cais também mantém unidades de suporte no Bairro Demétria no espaço São Micael; Cais AD (para dependentes químicos) no Jardim Paraíso; Oficina Terapêuta Girassol, na Rua Djalma Dutra; um Ambulatório na Rua Major de Moura Campos; e o Cais na Rua Dr. Costa Leite.
Compartilhe esta notícia