A Secretaria Municipal de Saúde apontou nesta sexta-feira que Botucatu já ultrapassa os 500 casos de pessoas infectadas pela dengue, sendo 52 casos importados (pacientes que adquiriram a doença fora de Botucatu) e 450 autóctones pacientes que adquiriram a doença na cidade), totalizando 502 casos. Ainda são aguardados os exames laboratoriais de outros 469 casos suspeitos.
Embora o número seja expressivo, Botucatu está abaixo dos índices computados em outras cidades paulistas e o número de infectados vêm diminuindo nas últimas semanas, graças às ações que estão sendo desenvolvidas pela equipe da Vigilância Ambiental em Saúde (VAS).
“Este ano já realizamos 2.700 nebulizações por diferentes bairros da cidade e mais de 10 mil ações preventivas com nossos agentes visitando as casas buscando encontrar os criadouros e orientar os moradores. Por causa dessas ações, conseguimos diminuir o número da dengue, mas o trabalho não para e as estatísticas são feitas diariamente”, ressalta Rodrigo Iais da Silva, diretor de Departamento em Planejamento em Serviços de Saúde.
Ele realça que 90% dos criadouros estão nas estruturas das residências onde se acumulam água como lajes calhas e em objetos servíveis como vasilhas de alumínio, vasos, bebedouros para animais de estimação, recipientes plásticos, entre outros. “Se cada família fizesse uma vistoria uma vez por semana durante 15 minutos, os casos registrados, seguramente, seriam menores”, disse Silva. “A prevenção é a maneira mais eficaz de combater o mosquito transmissor da doença”, complementa.
A preocupação com a dengue é relevante visto não apenas o período de chuvas, mas também pelo número elevado desses materiais que acumulam água e continuam sendo encontrados pelos agentes de saúde pública em residências e terrenos baldios do Município. Até uma simples casca de ovo ou uma imperfeição no piso pode ser um canal para a proliferação do mosquito.
Para se ter ideia, um ovo de um mosquito da dengue consegue ficar mais de um ano grudado em um recipiente. Se essa superfície não for lavada adequadamente, com água e sabão, uma simples chuva pode fazer o ovo eclodir e surgir novos insetos em menos de dez dias. O Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas.
Sintomas da dengue
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda que pode ter manifestações assintomáticas até quadros graves e fatais. Ela é causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), ocorrendo principalmente nos países tropicais, onde as condições são favoráveis à proliferação do seu vetor: o Aedes aegypti.
Os sintomas característicos da dengue são: febre alta (acima de 38°C), dores intensas de cabeça, no fundo dos olhos, e por todo corpo, onde também podem aparecer manchas vermelhas. Ao identificar esses sinais clássicos de dengue, a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente e ficar em repouso permanente de 10 a 15 dias. Neste período, a Secretaria Municipal da Saúde, através da VAS, iniciará todas as atividades necessárias para evitar a transmissão da doença no Município.
Muitos também costumam confundir sintomas da dengue com as de gripes e resfriados. No caso das doenças respiratórias, febre e dores de cabeça e muscular costumam ser de baixa e média intensidade, além de virem acompanhadas por dor de garganta, tosse, secreção nasal e espirros, o que não ocorre na dengue.
Compartilhe esta notícia