No último dia 13 de janeiro, um jovem de 27 anos deu entrada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) com um quadro grave de tétano. O paciente se feriu com uma lâmina cerca de 15 dias antes do surgimento dos sintomas, e, apesar do atraso da vacina de tétano (última dose tomada pelo paciente em 2002), não foi encaminhado para atendimento de prevenção pós-acidente. O tétano é uma doença infecciosa grave, não contagiosa, hoje em dia rara, mas que pode ser fatal. A enfermidade mata 50% das pessoas em idade adulta e 85% das pessoas que tem mais de 60 anos.
No último levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, entre os anos de 2001 e 2011, houve uma queda de 44% nas incidências de casos de tétano no Brasil. Mas por ser uma doença rara, as pessoas, de uma forma geral, não se preocupam com a prevenção. “Existe uma falsa sensação de segurança em relação ao tétano porque está cada vez mais raro, cada vez mais difícil de ver um caso. Mas isso não significa que as pessoas devem deixar de se preocupar”, afirma Alexandre Naime Barbosa (foto), médico infectologista e professor da FMB.
O especialista explica que a vacina antitetânica deve ser dada desde o momento em que a pessoa nasce e, posteriormente, deve ser realizado o controle das doses. “Quando a criança nasce ela vai tomar três doses, quando ela completa 5 anos é dada mais uma dose e depois a cada dez anos, durante toda a vida adulta, a vacina tem que ser reforçada”, explica.
Outro modo para se combater a doença é a avaliação do ferimento para que o médico determine qual a gravidade do corte, mesmo em pessoas que estejam com a vacinação em dia. Isso porque a vacina dá uma proteção para uma determinada quantidade de toxina, se a pessoa recebe uma quantia muito maior dessa toxina é necessário que seja aplicado uma dose de reforço. E, se o caso for considerado muito grave, e a vacina estiver atrasada, o paciente, além de tomar esse reforço, terá que tomar um soro com os anticorpos prontos.
A vacina antitetânica faz parte do calendário vacinal brasileiro, é totalmente gratuita e pode ser tomada em qualquer unidade básica de saúde. Se a pessoa estiver com dúvida e sem a carteira de vacinação ela deve ir a um posto de saúde que, mesmo nessa situação, a dose será dada.
Da Assessoria
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