Passados os primeiros quatro meses de 2014, a Vigilância Ambiental em Saúde tem confirmado um total de sete casos de dengue em Botucatu. Todos importados, ou seja, de moradores de Botucatu que contraíram a doença em outro Município. São cinco casos na região Norte, um na região Sul e outro na região Leste.
Estes números ainda não se comparam a outras cidades do interior do Estado de São Paulo como Americana, Campinas e Jaú, onde o número já passou dos mais de 1 mil casos de dengue, se tornando assim uma epidemia.
Ainda assim, o olhar da Secretaria de Saúde de Botucatu é de atenção redobrada principalmente com os casos importados. Por isso, a VAS tem realizado todas as ações necessárias para evitar a proliferação da doença no Município, como reduzir os criadouros do mosquito aedes aegypti em um raio de 200 metros quadrados das residências dos infectados.
Nos próximos dias os agentes de saúde pública realizarão atividades de redução de criadouros na região do Bairro Alto (Leste) e Jardim Ypê (Norte). O objetivo da ação é quebrar o ciclo de transmissão da dengue que se dá da seguinte maneira: mosquito local se infecta ao picar uma pessoa doente e transmite para outra pessoa sadia. Em 2013 foram confirmados em Botucatu 19 casos importados de dengue e outros dois autóctones. Nenhum óbito relacionado ? dengue foi registrado em Botucatu.
{n}Recusa e imóveis fechados{/n}
Neste ano o maior problema enfrentado pela VAS de Botucatu é o percentual de casas fechadas e recusas dos moradores nas visitas dos agentes de saúde. Para que o trabalho de eliminação de criadouros de mosquitos seja eficiente é necessário visitar, no mínimo, 85% dos imóveis. Já para que a nebulização (aplicação do inseticida para eliminar possíveis mosquitos adultos infectados) seja eficaz, o percentual de imóveis fechados ou que tem recusa de seus moradores não pode ser superior a 15%.
Em 2013 a VAS enfrentou este mesmo problema, mas junto ? Assessoria Jurídica da Secretaria Municipal da Saúde de Botucatu foi obtido um Alvará Judicial que dava, aos agentes de saúde pública, livre acesso aos domicílios do Município para realização das ações de controle do mosquito transmissor da dengue.
Isso contribuiu muito para evitar a transmissão da doença. Mas neste ano fizemos a mesma solicitação, que foi negada. Temos realizado as visitas em horários diferenciados e, ainda assim, não conseguimos baixar o índice de imóveis não trabalhados. Por isso é importante que a população tenha consciência da importância do nosso trabalho para que a dengue não se prolifere, argumenta Valdinei Moraes Campanucci da Silva, agente de saúde da VAS.
{n}Sobre a dengue{/n}
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda que pode ter manifestações assintomáticas até quadros graves e fatais. Ela é causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), ocorrendo principalmente nos países tropicais, onde as condições são favoráveis ? proliferação do seu vetor, o aedes aegypti.
O vírus da dengue possui quatro sorotipos: Denv 1, Denv 2, Denv 3 e Denv 4. Estes quatro sorotipos já circulam no Brasil. Desde 1990, quando se estabeleceu a transmissão de dengue no Estado de São Paulo, o padrão epidemiológico da doença tem apresentado períodos de baixa transmissão intercalada com a ocorrência de epidemias, estas geralmente associadas ? introdução de novo sorotipo ou ? alteração do sorotipo predominante.
Ao apresentar qualquer sintoma característico da dengue como febre alta, dor de cabeça, no fundo dos olhos ou nas articulações, a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente. Em caso de suspeita de dengue a Secretaria Municipal da Saúde, através da VAS, iniciará todas as atividades necessárias para evitar a transmissão da doença no Município.
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