![Aumento de casos de dengue em SP preocupa autoridades e impacta saúde pública em 2025](https://acontecebotucatu.com.br/wp-content/themes/ciatheme-botucatu/assets/img/calendar.png)
Docente da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, alerta que o cenário de 2025 tem o potencial de superar os números trágicos de 2024
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O aumento exponencial de casos de dengue em São Paulo e em diversas partes do Brasil tem gerado grande preocupação entre as autoridades de saúde pública. Botucatu registrou até esta segunda-feira, dia 10, cento e dois casos confirmados de dengue, o que evidencia a necessidade de reforçar as medidas preventivas. 80 pessoas ainda aguardam resultado de testes. Do total dos casos confirmados, 86 são autóctones, ou seja, contraídos na própria cidade, e 16 foram importados.
A região leste de Botucatu lidera com 32 casos positivos, seguida pela região norte, com 30 casos. A região central vem na sequência com 19. Em quaro lugar no ranking de casos em Botucatu, está a região sul, com 18 casos. A região oeste é a que teve menos registros, com 3 casos confirmados. A cidade está com um índice menor que em 2024 (veja gráfico abaixo), mas a perspectiva para o restante do estado é preocupante.
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Situação no Estado
Profissionais de saúde pública alertam que, comparando-se apenas os números do estado de São Paulo para as primeiras quatro semanas do ano passado, disponíveis no Painel de Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde, com os dados relativos às primeiras quatro semanas do ano de 2025, a tendência é que o total de casos neste ano seja maior (veja tabela abaixo).
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O médico epidemiologista Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia e docente da Faculdade de Medicina da Unesp, alerta que o cenário de 2025 tem o potencial de superar os números trágicos de 2024. A alta de casos se deve a uma combinação de fatores, incluindo a ocorrência de chuvas e temperaturas elevadas que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Além disso, o surgimento do sorotipo 3 do vírus da dengue, que não circulava amplamente há mais de uma década, tem contribuído para a intensificação da epidemia.
Naime explica que a baixa imunidade da população contra o sorotipo 3 aumenta a vulnerabilidade, especialmente porque, após uma infecção por um sorotipo, a imunidade é específica para aquele tipo. O retorno deste sorotipo foi detectado em diversas regiões do estado, sobretudo no oeste paulista, preocupando ainda mais as autoridades sanitárias.
A situação é agravada pela baixa adesão à vacinação. A campanha de imunização contra a dengue, que utiliza a vacina Qdenga, tem registrado baixos índices de cobertura, especialmente entre os jovens de 10 a 14 anos, grupo prioritário. A baixa adesão à vacina é vista como um grande desafio. Apenas 11% do público-alvo recebeu a segunda dose, necessária para garantir imunização completa.
Além disso, a situação de vulnerabilidade das populações mais carentes, que vivem em áreas com infraestrutura inadequada e acesso limitado a serviços de saúde, também tem dificultado o controle do vetor e a implementação de medidas preventivas. Tempestades e desastres climáticos, que deslocam famílias e geram abrigos coletivos, tornam o combate à doença ainda mais complexo.
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A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) alertou sobre a falta de engajamento da população e o desperdício de vacinas, com a possibilidade de que os imunizantes não sejam aplicados antes de sua data de validade. Segundo a presidente da SBIm, Mônica Levi, é fundamental uma mobilização eficaz para aumentar a adesão à vacinação, especialmente considerando que o Brasil foi o primeiro país a oferecer uma vacina contra a dengue gratuitamente pelo sistema público de saúde.
Enquanto a vacinação avança lentamente, novas perspectivas de combate à dengue podem surgir com a possível aprovação da vacina Butantan-DV, desenvolvida pelo Instituto Butantan, que seria a primeira vacina contra a dengue em dose única no mundo. Caso seja aprovada, essa vacina poderia ser uma grande aliada no controle da doença, embora sua oferta ainda seja limitada nos primeiros anos de produção.
Com um panorama alarmante, o esforço das autoridades de saúde e da população em seguir medidas preventivas, como a eliminação de criadouros do mosquito, continua sendo essencial para controlar a epidemia e evitar novos casos de dengue. Veja aqui formas dicas do Ministério da Saúde para evitar a dengue: https://www.gov.br/saude/pt-br/campanhas-da-saude/2024/brasil-unido-contra-a-dengue
Ações em Botucatu
A Prefeitura de Botucatu apresentou no fim do mês de janeiro um plano de combate à Dengue no município. Trata-se de um conjunto de ações para evitar o colapso do 2024, quando foram registrados mais de 16 mil casos da doença.
O trabalho será multissetorial de toda a Prefeitura, envolvendo principalmente as Secretarias de Saúde, Governo, Infraestrutura, Zeladoria, e Comunicação, além da Vigilância Ambiental em Saúde e Defesa Civil. O mutirão visa também combater os escorpiões, que são mais frequentes nesta época do ano.
O mutirão contra a Dengue terá pelo menos três meses de duração. Os pilares serão os seguintes:
Ações de Saúde
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– Foram contratados 25 novos agentes que irão reforçar a Vigilância Ambiental. Esses agentes irão percorrer todas as casas de Botucatu.
– Haverá intensificação do larvicida biológico pela cidade todos os dias, com apoio da Defesa Civil. A ação ocorrerá em dois períodos, das 6h30 às 8h30 e das 17h30 às 21h30.
-Todas as unidades de saúde de Botucatu estarão preparadas para atendimento e medicação. Isso também se aplica aos parceiros da Prefeitura, como HCFMB.
Ações de Infraestrutura e Zeladoria
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-Serão centenas de pessoas no enfrentamento, com o reforço de 25 novos servidores. A função será eliminar possíveis focos nas ruas, como água parada, buracos, vegetação em ruas e calçadas, crescimento de mato em áreas públicas e particulares, entre outras.
-Um dos pontos a serem atacados são os terrenos particulares não cuidados. O proprietário de um terreno que apresentar condições de risco, ou seja, sujo ou com mato alto, haverá a aplicação de multa.
“Se a Prefeitura eventualmente a Prefeitura receber, quer seja pela ouvidoria, quer seja por qualquer outro meio de comunicação uma denúncia, e que seja constatado se tratar de um local sujo ou com mato alto, a Prefeitura vai fazer a limpeza, mas automaticamente há a aplicação de uma multa e o ressarcimento das despesas que Prefeitura teve. Do fundo do coração, a Prefeitura não quer invadir o terreno de ninguém, então cuidem de seus terrenos, disse o prefeito sobre o assunto.
Segundo Fábio Leite, há aproximadamente 15 mil áreas vazias em Botucatu. Esse número inclui terrenos e casas.
“A Prefeitura pede para que a população mantenhas suas áreas particulares limpas, com mato baixo, sem lixo e sem inservíveis. Isso deve ocorrer principalmente nesse período de chuva”, disse o Prefeito Fábio Leite.
Comunicação
A Prefeitura se comprometeu a divulgar toda a sexta-feira boletins com todas as informações da doença em Botucatu. Será algo parecido com o que era feito na época de pandemia, com o boletim coronavírus.
Serão informações que falam sobre a evolução da doença ou sobre a ação de combate aos escorpiões também.
População
Fábio Leite pediu ajuda da população para que os agentes sejam bem recebidos.
Compartilhe esta notíciaPeço do fundo do coração que cada cidadão receba bem nossos agentes da Vigilância. Eles estarão identificados e peço para que sejam tratados com carinhos. Eles irão verificar sua residência e dar as orientações necessárias.