Um artigo produzido a partir de um estudo desenvolvido dentro do Laboratório de Imunologia da Reprodução do Instituto de Biociências da Unesp Botucatu (IBB) ficou entre os 10 mais citados pela PLOS ONE no ano de 2015. A revista, uma das principais plataformas digitais de divulgação científica no mundo na área da Ciência e Medicina, faz essa divulgação a cada 4 anos, tempo em que o periódico tem seu fator de impacto atualizado e acesso a todas as citações feitas aos artigos.
O trabalho, intitulado “Endogenous and Uric Acid-Induced Activation of NLRP3 Inflammasome in Pregnant Women with Preeclampsia” (Ativação endógena e induzida por ácido úrico do inflamassoma NLRP3 em mulheres grávidas com pré-eclâmpsia, na tradução literal), foi liderado pela Profª Titular Maria Terezinha Serrão Peraçoli, do Departamento de Microbiologia e Imunologia do IBB, durante o doutorado da biomédica Mariana Leticia Matias.
Desde 2007, a linha de pesquisa desenvolvida pelo laboratório abrange a imunologia da relação materno-fetal, com foco em pré-eclâmpsia. Trata-se de uma doença específica da gestação humana, caracterizada pela hipertensão arterial, proteína na urina e outros comprometimentos maternos.
O artigo publicado na revista Plos One em 2015 estudou o envolvimento do ácido úrico na pré-eclâmpsia. As gestantes acometidas por essa patologia apresentam níveis elevados de ácido úrico na corrente sanguínea.
“Essa molécula induz uma inflamação estéril, ou seja, na ausência de agentes patológicos ou microorganismos. Foi observado que em gestantes com pré-eclâmpsia o ácido úrico ativa um mecanismo intracelular denominado inflamassoma, importante no quadro inflamatório”, explica Mariana.
Frente aos resultados encontrados nesta pesquisa, outros trabalhos do grupo estão em desenvolvimento com objetivo de tratar essa inflamação exacerbada que acontece nas gestações complicadas pela pré-eclâmpsia, o que não ocorre em gestações saudáveis.
“Algumas moléculas anti-inflamatórias, como a Vitamina D e a Silibinina (um fitoterápico), têm sido utilizadas in vitro para controlar a ativação da inflamação. Com resultados promissores, a pesquisa busca futuramente utilizar esses tratamentos nas pacientes”, informa Peraçoli.
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