O levantamento de possíveis contágios reincidentes foi divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta quinta-feira
A Prefeitura de Bauru, por Meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que a cidade registra, neste momento, 13 suspeitas de reinfecção pelo novo coronavírus. Os casos, que começaram a ser notificados nos últimos 60 dias, ainda estão em investigação.
O levantamento, divulgado a pedido do Jornal da Cidade, revela que a maioria dos pacientes é formada por mulheres, entre 20 e 39 anos. Todas as vítimas sobreviveram à Covid-19.
Segundo a Secretaria de Saúde, a definição de casos suspeitos de reinfecção pelo novo coronavírus segue os protocolos da nota técnica n.º 52/2020 do Ministério da Saúde, que orienta as preliminares sobre a conduta a ser adotada em todo o Brasil.
O critério de suspeita de reinfecção inclui “indivíduo com dois resultados positivos de RT-PCR em tempo real para o vírus SARS-CoV-2, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios de infecção respiratória, independentemente da condição clínica observada nestes dois episódios”.
Para os casos que atendem aos critérios da nota técnica, a secretaria instaura investigação, que é encaminhada à Secretaria de Saúde Estadual para realização de nova análise. Posteriormente, os registros são enviados ao Ministério da Saúde, responsável pelo fechamento da apuração.
Neste momento, inclusive, a secretaria aguarda retorno do ministério em relação aos 13 casos sob investigação. Porém, até o momento, não houve confirmação de nenhuma reinfecção de Covid-19 na cidade.
DESAFIO
Os casos de reinfecção por coronavírus ainda são um desafio para os pesquisadores ao redor do mundo, que tentam desvendar se algumas pessoas acometidas pela Covid-19 não conseguem desenvolver a imunidade contra a doença ou se essa imunidade tem prazo de validade.
Segundo o infectologista Taylor Endrigo Toscano Olivo, que trabalha em hospitais da rede pública e privada de Bauru, os casos de reinfecção, normalmente, estão associados a uma atividade ruim dos linfócitos, células de defesa do organismo. “São pessoas que não conseguem manter uma qualidade de defesa boa”, frisa.
Uma das linhas aventadas, inclusive, também aponta para a possibilidade de estas pessoas terem sido expostas a uma carga viral baixa no primeiro contágio, tendo uma resposta imune fraca e incapaz de barrar a nova infecção. “E isso gera uma dúvida em relação às vacinas. Elas vão proteger a grande maioria das pessoas, mas, em algumas, a imunização pode não ser suficiente para a produção de uma quantidade de anticorpos adequada”, salienta.
CUIDADO
Olivo salienta, porém, que os casos confirmados de reinfecção em todo o mundo ainda são exceções dentro do universo de infectados – o que deve se repetir também em relação às vacinas. Especialistas alertam, contudo, para a probabilidade de a maior parte dos casos de reinfecção jamais ser identificada, já que a maioria das pessoas que contraem a Covid-19 é assintomática.
Ou seja, muitos indivíduos podem se contaminar com o vírus mais de uma vez sem saber. “Isso só reforça a necessidade de manter os cuidados com distanciamento, uso de máscara e higienização, porque até mesmo a pessoa que já testou positivo uma vez pode ficar doente novamente e transmitir o vírus para outras”, completa.
Fonte: JCNet
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