Os 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora da Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul serão festejados nesta quinta-feira (12) com procissão de barcos, romaria e missas. A 16ª Romaria a Pé até o santuário em Aparecidinha de São Manuel é um dos eventos mais tradicionais.
O distrito tem o segundo santuário mais antigo do país, depois da Basílica de Aparecida. Durante todo o feriado serão celebradas várias missas naquela localidade, a última de encerramento terá a presença do arcebispo de Botucatu, Dom Maurício Grotto Camargo, que será seguida da procissão luminosa com a imagem de Nossa Senhora.
Nesta quinta-feira, o Santuário acolhe diversas romarias às 8h onde acontecerá a Missa dos Peregrinos que receberá duas romarias a pé, uma vinda de Botucatu que caminhará 35 quilômetros e outra vinda de São Manuel. Às 11h, ocorrerá a Missa Sertaneja com a acolhida da Cavalgada de Nossa Senhora com comitivas vindas da região. Um almoço tropeiro será servido, com a renda revertida para as obras do Santuário.
Encerrando o dia da padroeira, às 18h, será celebrada pelo arcebispo de Botucatu, Dom Maurício Grotto de Camargo, a missa solene que será seguida da procissão.
A “Procissão e Bênção Sobre as Águas” está marcada para hoje, às 10h30, com a saída da imagem das margens do Rio Tietê no lado de Itapuí e segue até Boraceia, com as embarcações percorrendo um trecho do Rio Tietê. Às 11h, está prevista Santa Missa em homenagem a Nossa Senhora e, após às 12h, carreata até a Igreja Matriz onde será celebrada missa em Boraceia. O encerramento das festividades religiosas será às 16h no Salão Paroquial, logo após a procissão.
Em Dois Córregos, hoje tem 17ª Cavalgada de Nossa Senhora Aparecida. A concentração será às 10h, na Balança Municipal, ao lado Ginásio de Esportes “Dr Jonas Edson Faulin”, e logo após as comitivas percorreram as ruas centrais de Dois Córregos, com destino a Apae, onde será realizada a bênção aos cavaleiros pelo padre José Carlos Frederice.
Em Arealva (41 quilômetros de Bauru), no portal de entrada da cidade vai ganhar um monumento de 4 metros. Neste no ano, as catequistas fizeram um documentário também com crianças para ilustrar a história da santa. O monumento projetado tem 4 metros de altura em 4 D em aço e pesa 500 quilos. Sua base em forma de canoa tem os três pescadores e uma rede que remetem ao momento do encontro da imagem nas águas do Rio Paraíba do Sul. De acordo com o pároco da Igreja Santa Catarina de Alexandria, Luiz Eduardo Monteiro Fontana, o monumento ganhou cores e iluminação e será instalado na entrada da cidade, onde as pessoas serão abençoadas na sua chegada como na sua partida do município.
Em Lençóis Paulista, a Paróquia Nossa Senhora da Aparecida marcou para hoje missa às 6h, 8h, 9h30, 15h e 17h (com procissão). No local também está previsto na hora do almoço um churrasco, a partir de 11h30, além de um sorteio dos 300 prêmios e mais um Fusca. As festividades e quermesse prosseguem até domingo.
Pesquisador explica sobre a ‘Mariofania’ no ritual católico
O professor Maurício de Aquino escreveu “História e Devoção: a construção social do culto a Nossa Senhora do Vagão Queimado de Ourinhos (1954-2004)”. Em um dos trechos da sua tese de mestrado na Unesp de Assis, ele explica a importância de Maria na fé católica brasileira e latino-americana. É a hiperludia (culto à mãe de Jesus): o catolicismo ibérico que desembarcou na América do século XVI foi preponderantemente devocional e iconófilo (que gosta de imagens).
Aquino cita o espanhol Serge Gruzinski em um dos capítulos que atribui aos conquistadores trazerem consigo inúmeras imagens de santos e Jesus Cristo destacando-se, em quantidade, as de Santa Maria. “Esse apego às imagens, próprio do catolicismo medieval tardio, consolidou-se com as guerras de reconquista da península e se transformou em uma característica marcante da identidade ibérica”, conta na publicação.
O escritor ourinhense cita ainda que o catolicismo português era profundamente mariano. E claro influenciou o catolicismos brasileiro. A figura de Maria esteve presente na formação da nação lusitana contribuindo para estabelecer o sentimento de unidade. O criador da monarquia portuguesa D. Afonso Henrique e seus sucessores criaram o culto à “Mãe de Deus” criando a tradição. “À Virgem foram atribuídos as vitórias (Nossa Senhora do Vencimento) sobre os mouros, a descoberta do ‘caminho das Índias’ e a restauração da independência lusitana em 1640”, escreveu Aquino.
Fonte: Jcnet
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