Rio Tietê é tomado por aguapés e vira ‘tapete verde’ em Barra Bonita

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Rio Tietê é tomado por aguapés e vira ‘tapete verde’ em Barra Bonita 15 março 2023

Comportas da usina hidrelétrica serão abertas nesta quarta-feira (15) à vazão máxima para que as plantas desçam rio 

Aguapés dominaram paisagem do rio Tietê em Barra Bonita (SP) — Foto: ONG Mãe Natureza/Divulgação

Os aguapés tomaram conta do Tietê, em Barra Bonita (SP), e transformaram a paisagem do rio em um ‘tapete verde’.

Eles são vegetais aquáticos que se reproduzem de forma muita rápida, principalmente no verão, e são conhecidos como uma planta invasora e que precisa ser controlada.

Um aguapé sozinho não representa muito perigo, mas, como a planta flutua, é levada pela correnteza e, quando vários aguapés se encontram, formam ilhas, como no meio do rio na altura da usina hidrelétrica de Barra Bonita.

Eles prestam um importante serviço ambiental de filtragem da água, mas, quando em excesso, podem causar problemas, como explica Jozrael Rezende, professor de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

“Eles ocupam um espaço impedindo, inclusive, a fotossíntese no meio aquático. Com a presença, evapora-se muito mais água num reservatório infestado, cerca de cinco vezes mais”, revela.

Em alguns casos, as raízes das plantas podem ter mais de um metro de comprimento. Então, embaixo da água, elas se entrelaçam, formando uma espécie de parede, que dificulta bastante a navegação.

São vários os motivos que explicam a quantidade anormal de aguapés: um deles é que, no período de chuvas, a enxurrada arrasta para dentro da água parte dos fertilizantes jogados no solo. Isso deixa o Tietê com excesso de nutrientes. E, como o aguapé é uma planta e gosta de adubo, a espécie cresce de maneira desenfreada.

“Isso está relacionado à poluição, isso está relacionado aos fertilizantes químicos utilizados na agricultura, que servem de alimentos para esses vegetais e os ajudam a crescer”, conta o professor.

Em Barra Bonita, comportas da usina hidrelétrica serão abertas nesta quarta-feira (15) à vazão máxima para que as plantas desçam rio abaixo. No entanto, a ação é tida como uma solução paliativa, segundo especialistas.

“A solução definitiva seria tratar todos os esgotos de todas as cidades da bacia hidrográfica. A solução paliativa é a remoção”, diz José Galizia Tundisi, especialista em recursos hídricos.

Em nota, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) informou que possui uma rede de monitoramento de qualidade das águas dos principais rios e reservatórios do estado, com amostragens trimestrais de parâmetros físicos, químicos e biológicos.

Segundo a companhia, no reservatório de Barra Bonita, formado basicamente pela confluência dos rios Tietê e Piracicaba, que atravessam as duas maiores regiões metropolitanas do estado, houve melhora na qualidade da água nos últimos anos.

Ainda no comunicado, a companhia informou que o nível de tratamento atual não remove nutrientes como fósforo total e nitrogênio amoniacal, havendo ainda outras contribuições decorrentes de atividades agrícolas, como o uso de fertilizantes, sendo que o represamento dessas águas no reservatório de Barra Bonita cria um ambiente de águas calmas, propício ao crescimento das plantas aquáticas.

Fonte: portal G1

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