Tharcílio Baroni Júnior, prefeito licenciado de São Manuel, protocolou na última sexta-feira (06) o cancelamento da licença médica e deve reassumir o cargo na próxima terça-feira (10). O chefe do Executivo sãomanuelense estava afastado do comando da Prefeitura desde novembro do ano passado para tratamento de saúde.
A Prefeitura vinha sendo administrada pelo vice-prefeito Vilson José Innocente, que está sendo investigado pelo Ministério Público, sob acusação de envolvimento em suposto esquema de fraude em concurso público e desvio de dinheiro na prefeitura. O pedido segue em análise da juíza da 2ª Vara Cível.
Além de Innocente, dois diretores municipais (Saúde e Jurídico) e dois empresários, foram presos durante a denominada Operação Paraíso do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O retorno de Baroni ao Executivo, atestada por seu médico, vai evitar uma situação inusitada em São Manuel por falta de alguém que possa assumir Prefeitura até dezembro de 2012. A Lei Orgânica do Município, prevê que na falta do prefeito e do vice, quem assume o cargo é o presidente da Câmara Municipal. Porém, ele é candidato ? reeleição a vereador e impossibilitado de assumir.
Sem o prefeito, vice e presidente da Câmara, quem deveria assumir a chefia do Executivo seria o diretor de negócios jurídicos (Paolo Bruno), mas ele está preso em Barra Bonita, por suspeita de estar envolvido em fraudes.
Então a responsabilidade ficaria com o diretor administrativo e de finanças (José Fernando Ardemani), mas este também está preso em São Manuel. A derradeira opção seria o procurador jurídico da prefeitura, mas como é candidato a vereador não pode assumir.
O prefeito licenciado Tharcílio Baroni Júnior, já havia adiantado que se a Justiça afastasse o prefeito em exercício, ele reassumiria o Executivo. Mas, não quis esperar a decisão da Justiça e anunciou seu retorno.
{n}Operação Paraíso {/n}
O caos político em São Manuel foi deflagrado no dia 28 de junho quando a Polícia Federal e o Ministério Público, através do Gaeco, realizaram a Operação Paraíso, que culminou com a prisão de três diretores da prefeitura e dois empresários que prestam serviços ao município na área da saúde.
Na ocasião a polícia cumpriu diversos mandados de busca e apreensão, inclusive na Prefeitura. Foram apreendidos documentos, computadores, veículos e dinheiro com os acusados de envolvimento no suposto esquema de desvio de verba pública, coordenado pela empresa Paulistana.
Essa empresa (Paulistana), alvo principal da investigação é uma instituição responsável pelo gerenciamento do Programa Saúde da Família do Hospital
Casa Pia São Vicente de Paula, que recebe uma verba municipal de, aproximadamente, R$ 800 mil mensais do Poder Executivo.
As equipes entraram na Prefeitura e permaneceram no seu interior por cerca de 90 minutos e vasculharam as salas onde as pessoas que foram presas atuavam. Também foi feito uma vistoria no Hospital com o mesmo propósito.
Foram presos Paolo Bruno (diretor jurídico da prefeitura e do Hospital), José Fernando Ardemani (presidente do Hospital e diretor de Administração e Finanças da Prefeitura), Carlos Marcílio Júnior Balestrero (diretor municipal de Saúde), Manoel Seabra Suarez (diretor da empresa Paulistana) e Marcela Badaró Dias (diretora da empresa Paulistana).
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