Jaú tenta comprar vacina direto da Rússia

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Jaú tenta comprar vacina direto da Rússia 23 fevereiro 2021

 

O vice-prefeito de Jaú  Tuco Bauab viajou a Brasília nesta segunda-feira (22) para formalizar junto à Representação da Rússia no Brasil a intenção de compra da vacina contra a Covid-19 Sputnik V, que ainda nem se encontra sob a análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no país.

Paralelamente, na capital paulista, o prefeito Ivan Cassaro (PSD) pediu a deputados empenho para tentar viabilizar a vacinação em massa em Jaú. Ontem, 13 mortes pela doença foram registradas na cidade e novo decreto foi publicado flexibilizando as regras da fase vermelha.

O ofício em que Cassaro declara a intenção de comprar a vacina russa e afirma que os recursos já estão disponíveis foi entregue por Bauab ao diplomata e chefe da Representação Comercial da Rússia no Brasil, Viktor Vadimovich Sheremetker.

“Ciente da necessidade de aprovação da Anvisa para efetivar a compra, o prefeito solicita intervenção do diplomata no fornecimento de meios para negociar o preço da vacina e as condições de compra”, explica a Prefeitura de Jaú em nota.

Questionada pela reportagem sobre a opção pela compra da vacina russa Sputnik V, e não por vacinas já com o uso autorizado no Brasil, como a CoronaVac e a Oxford-AstraZeneca, a prefeitura alegou que, “no documento, o município deixa claro o interesse, desde que a vacina (russa) seja aprovada pela Anvisa”. O Executivo justificou, ainda, que, “segundo informações veiculadas pela mídia, toda produção das vacinas já avaliadas pela Anvisa já foi adquirida pelo governo federal”.

Com relação à proposta de o município adquirir vacinas para imunizar sua população com doses que não fazem parte do Plano Nacional de Vacinação, a Prefeitura de Jaú declarou que a medida encontra respaldo jurídico.

“O STF (Supremo Tribunal Federal), em recente julgado, entendeu que é possível a aquisição de fornecimento de vacinas contra Covid-19 pelos Estados, DF e municípios na hipótese de que o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação não proveja cobertura imunológica tempestiva e suficiente contra a doença”, afirma.

A reportagem questionou o Ministério da Saúde sobre a legalidade dessa compra de vacinas pelo município e sobre a atual situação da análise do imunizante russo no país, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Fonte: Jcnet

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