Hospital nega negligência em morte de pacientes

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Hospital nega negligência em morte de pacientes 03 janeiro 2014

Nos últimos dias de 2013, duas famílias fizeram denúncias atreves dos meios de comunicação de São Manuel sobre supostos casos de negligência médica envolvendo o Pronto Socorro (PS) do Hospital Casa Pia São Vicente de Paulo, em dois casos distintos, onde os pacientes vieram a óbito.

O primeiro caso envolve um senhor de 47 anos chamado Antônio Roberto Marques, de 47 anos de idade. Familiares registraram um Boletim de Ocorrência (BO) no dia 27 contra o hospital relatando que ele havia se envolvido numa briga com vizinhos e foi agredido com vários golpes de tijolos na região do abdômen e cabeça, sendo foi levado ao PS na terça feira (24) por volta das 20 horas, onde passou por exames e raio-X.

Médico teria atestado que a vitima só tinha uma lesão na cabeça e não corria risco de vida e na quarta-feira (25) por volta das 9 horas recebeu alta e foi levada para a sua residência. Por volta do meio dia Antônio passou mal e foi conduzido ao PS de São Manuel e á noite transferido para o Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu, onde a equipe médica, através de exames constatou que houve uma perfuração no abdômen. Foi realizada uma intervenção cirúrgica, mas a vítima não resistiu e faleceu na quinta-feira (26).

O segundo caso de denúncia de morte por negligência médica contra o hospital manuelense foi registrado na quinta-feira (25) tendo como vítima fatal uma mulher de 43 anos chamada Nilcéia Nunes da Silva Cruz, que teria dado entrada a PS com fortes dores na região do peito.

Entretanto, a equipe médica que a atendeu teria atestado que a mulher estava com pneumonia e tinha que ficar em observação. Na sexta feira, (27), Nilcéia, em contato com os parentes, alegou que ainda estava com dores no peito, mas o médico, segundo informou a Rádio Integração FM, insistia que era apenas uma pneumonia. No final da tarde a vítima veio a falecer.

{n}Explicações{/n}

A Diretoria Clínica do Hospital da Casa Pia São Vicente de Paulo, se manifestou sobre as acusações de negligência envolvendo o Pronto Socorro sobre as matérias publicadas em São Manuel, através da diretoria Clínica,
Segundo o documento, Antônio Roberto Marques chegou ao PS na terça-feira do dia 24 de dezembro, após receber tijoladas na região da cabeça e do abdômen. O plantonista do momento atendeu a vítima de trauma, que alegava leve dor no abdômen.

Após a realização dos exames (radiografia do trauma, inclusive abdome, ao qual divulgou-se que não havia sido solicitado), nada de anormal foi detectado no momento. Por protocolo, o senhor Antônio permaneceu em observação por 12 horas. No dia seguinte, outro plantonista reavaliou o paciente, deu alta e pediu que ele retornasse se houvesse alguma intercorrência.

O paciente voltou novamente ? s 15h30 com dores abdominais, acompanhado de sua esposa. Uma reavaliação foi feita e o médico responsável pediu de imediato, uma vaga no Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu para avaliação da equipe de cirurgia. Segundo a diretoria clínica, enquanto a vaga não era liberada a esposa, simplesmente, desapareceu e o deixou sozinho, sem informar nada a ninguém.

O senhor Antônio teve que aguardar no PS de São Manuel, a todo o momento assistido pela equipe. Infelizmente, por conta da super lotação do HC, a vaga só foi liberada por volta das 20h40 e a transferência não foi possível uma vez que a vítima não estava acompanhada ninguém da família.

A todo o momento o paciente estava consciente e orientado e ajudou a tentar localizar a esposa que não atendia ao telefone. Sem obter êxito na busca, a equipe do hospital pediu o auxílio de Guardas Civil Municipais, que foram a buscar a mulher e ela respondeu que já iria.

Passadas quase 02 horas, a esposa da vítima não havia comparecido ao PS, conforme havia se prontificado anteriormente. “Seu Antônio nos auxiliou onde era sua casa e a equipe com a guarda foi ate o local, pois disse que ela estava lá”, atesta a direção clínica.

Diz ainda que a esposa do senhor Antônio estava dormindo e vizinhos acompanharam toda a ação da Guarda Civil Municipal. De acordo com relatos da equipe médica, o próprio paciente acelerava a esposa no PS. Com isso, o paciente foi chegar ao HC apenas próximo ? s 0h e foi operado cerca de uma hora depois. Infelizmente a vítima não resistiu e acabou falecendo.

{n}Outro caso{/n}

A família de Nilcéia Nunes da Silva Cruz (43), também acusa o hospital de negligência e segundo a Diretoria Clínica, a vítima chegou ao PS e alegava estar com tosse e dor no peito. Imediatamente foi solicitado todo protocolo de dor no peito, síndrome coronariana aguda, Infarto (eletrocardiograma, CPK, CKMB e proponina).

Os resultados não apresentavam sinal nenhum de infarto, mesmo assim, Nilcéia permaneceu internada e foram feitos vários exames, entre eles, radiografia de tórax e exames para investigação de infecção. Após obtidos resultados normais do ECG e tendo um hemograma “infeccioso”, foi fechado o diagnóstico de pneumonia.

No dia seguinte, aumentou o quadro de dores da vítima e ela foi atendida por um cardiologista. Novamente foram feitos exames e nada de anormal foi encontrado na parte cardíaca. De acordo com o médico que estava de plantão, a paciente passou mal após estar internada por 24 horas e a reanimação não foi o suficiente para trazê-la de volta a vida. Diferente do caso anterior, a família se recusou a enviar o corpo a Unesp para a verificação do óbito.

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