Nos últimos dias de 2013, duas famílias fizeram denúncias atreves dos meios de comunicação de São Manuel sobre supostos casos de negligência médica envolvendo o Pronto Socorro (PS) do Hospital Casa Pia São Vicente de Paulo, em dois casos distintos, onde os pacientes vieram a óbito.
O primeiro caso envolve um senhor de 47 anos chamado Antônio Roberto Marques, de 47 anos de idade. Familiares registraram um Boletim de Ocorrência (BO) no dia 27 contra o hospital relatando que ele havia se envolvido numa briga com vizinhos e foi agredido com vários golpes de tijolos na região do abdômen e cabeça, sendo foi levado ao PS na terça feira (24) por volta das 20 horas, onde passou por exames e raio-X.
Médico teria atestado que a vitima só tinha uma lesão na cabeça e não corria risco de vida e na quarta-feira (25) por volta das 9 horas recebeu alta e foi levada para a sua residência. Por volta do meio dia Antônio passou mal e foi conduzido ao PS de São Manuel e á noite transferido para o Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu, onde a equipe médica, através de exames constatou que houve uma perfuração no abdômen. Foi realizada uma intervenção cirúrgica, mas a vítima não resistiu e faleceu na quinta-feira (26).
O segundo caso de denúncia de morte por negligência médica contra o hospital manuelense foi registrado na quinta-feira (25) tendo como vítima fatal uma mulher de 43 anos chamada Nilcéia Nunes da Silva Cruz, que teria dado entrada a PS com fortes dores na região do peito.
Entretanto, a equipe médica que a atendeu teria atestado que a mulher estava com pneumonia e tinha que ficar em observação. Na sexta feira, (27), Nilcéia, em contato com os parentes, alegou que ainda estava com dores no peito, mas o médico, segundo informou a Rádio Integração FM, insistia que era apenas uma pneumonia. No final da tarde a vítima veio a falecer.
{n}Explicações{/n}
A Diretoria Clínica do Hospital da Casa Pia São Vicente de Paulo, se manifestou sobre as acusações de negligência envolvendo o Pronto Socorro sobre as matérias publicadas em São Manuel, através da diretoria Clínica,
Segundo o documento, Antônio Roberto Marques chegou ao PS na terça-feira do dia 24 de dezembro, após receber tijoladas na região da cabeça e do abdômen. O plantonista do momento atendeu a vítima de trauma, que alegava leve dor no abdômen.
Após a realização dos exames (radiografia do trauma, inclusive abdome, ao qual divulgou-se que não havia sido solicitado), nada de anormal foi detectado no momento. Por protocolo, o senhor Antônio permaneceu em observação por 12 horas. No dia seguinte, outro plantonista reavaliou o paciente, deu alta e pediu que ele retornasse se houvesse alguma intercorrência.
O paciente voltou novamente ? s 15h30 com dores abdominais, acompanhado de sua esposa. Uma reavaliação foi feita e o médico responsável pediu de imediato, uma vaga no Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu para avaliação da equipe de cirurgia. Segundo a diretoria clínica, enquanto a vaga não era liberada a esposa, simplesmente, desapareceu e o deixou sozinho, sem informar nada a ninguém.
O senhor Antônio teve que aguardar no PS de São Manuel, a todo o momento assistido pela equipe. Infelizmente, por conta da super lotação do HC, a vaga só foi liberada por volta das 20h40 e a transferência não foi possível uma vez que a vítima não estava acompanhada ninguém da família.
A todo o momento o paciente estava consciente e orientado e ajudou a tentar localizar a esposa que não atendia ao telefone. Sem obter êxito na busca, a equipe do hospital pediu o auxílio de Guardas Civil Municipais, que foram a buscar a mulher e ela respondeu que já iria.
Passadas quase 02 horas, a esposa da vítima não havia comparecido ao PS, conforme havia se prontificado anteriormente. Seu Antônio nos auxiliou onde era sua casa e a equipe com a guarda foi ate o local, pois disse que ela estava lá, atesta a direção clínica.
Diz ainda que a esposa do senhor Antônio estava dormindo e vizinhos acompanharam toda a ação da Guarda Civil Municipal. De acordo com relatos da equipe médica, o próprio paciente acelerava a esposa no PS. Com isso, o paciente foi chegar ao HC apenas próximo ? s 0h e foi operado cerca de uma hora depois. Infelizmente a vítima não resistiu e acabou falecendo.
{n}Outro caso{/n}
A família de Nilcéia Nunes da Silva Cruz (43), também acusa o hospital de negligência e segundo a Diretoria Clínica, a vítima chegou ao PS e alegava estar com tosse e dor no peito. Imediatamente foi solicitado todo protocolo de dor no peito, síndrome coronariana aguda, Infarto (eletrocardiograma, CPK, CKMB e proponina).
Os resultados não apresentavam sinal nenhum de infarto, mesmo assim, Nilcéia permaneceu internada e foram feitos vários exames, entre eles, radiografia de tórax e exames para investigação de infecção. Após obtidos resultados normais do ECG e tendo um hemograma infeccioso, foi fechado o diagnóstico de pneumonia.
No dia seguinte, aumentou o quadro de dores da vítima e ela foi atendida por um cardiologista. Novamente foram feitos exames e nada de anormal foi encontrado na parte cardíaca. De acordo com o médico que estava de plantão, a paciente passou mal após estar internada por 24 horas e a reanimação não foi o suficiente para trazê-la de volta a vida. Diferente do caso anterior, a família se recusou a enviar o corpo a Unesp para a verificação do óbito.
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