Fazenda no interior de SP recupera 77% da área verde com mais de 130 mil árvores plantadas

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Fazenda no interior de SP recupera 77% da área verde com mais de 130 mil árvores plantadas 13 novembro 2025

Localizada em Pardinho (SP), na região da Cuesta, a Fazenda dos Bambus conseguiu reflorestar 77% da área total desde 2006. Projetos de agricultura regenerativa ganham destaque na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

Área de conservação de Pardinho (SP) foi regenerada após ser utilizada para agropecuária — Foto: Reprodução/TV TEM

De uma fazenda degradada, sem água e usada para pecuária, nasceu um dos maiores exemplos de regeneração ambiental do interior de São Paulo.

Localizada em Pardinho (SP), na região da Cuesta, a Fazenda dos Bambus foi transformada pelo Instituto Jatobás em um espaço onde reflorestamento, produção sustentável e inovação caminham juntos.

O modelo de agricultura regenerativa aplicado na fazenda dialoga com temas discutidos na COP30, em Belém (PA), como a produção sustentável, o uso racional dos recursos naturais e o combate às mudanças climáticas por meio de práticas que unem economia e preservação.

De cima, é possível ver o resultado da transformação. São mais de 200 hectares com árvores nativas, nascentes recuperadas e extensos bambuzais que formam hoje um verdadeiro mosaico verde. Mas nem sempre foi assim.

Antes, o local era uma área de pecuária com solo degradado e sem fontes de água. A mudança começou em 2006, quando a fundadora do Instituto Jatobás, Beth Pfeffer, decidiu restaurar completamente a área.

“Ela herdou essa fazenda do marido, que faleceu, e percebeu o potencial que o local tinha. Decidiu que queria transformar tudo, criar um projeto que ajudasse o planeta, começando por aqui”, explica Guto Fagundes, diretor do Instituto Jatobás.

Desde então, mais de 130 mil árvores nativas foram plantadas, e 77% da área total da fazenda estão reflorestadas.

Um dos grandes protagonistas dessa mudança é o bambu, matéria-prima versátil, resistente e totalmente sustentável. A fazenda cultiva mais de 40 espécies de bambus, de forma orgânica, integradas à floresta.

“Hoje nós temos quase 70 hectares de bambu, com 41 espécies. Ele é usado na construção civil e na recuperação do solo. Temos estudos com a Embrapa que comprovaram melhorias significativas na qualidade da terra”, explica João Batista Miranda Gomes, administrador da fazenda.

O bambu cultivado é certificado como orgânico e utilizado em projetos de arquitetura, design e paisagismo.

Além da produção, o local abriga chalés e espaços para eventos, todos construídos com telhados verdes e estruturas de bambu, reforçando a integração entre natureza e arquitetura sustentável.

“Muita gente acha que uma área preservada não pode ser economicamente viável, mas é o contrário. Aqui a gente gera renda com a horta orgânica e com os bambus, sem degradar o meio ambiente”, afirma Guto Fagundes.

A fazenda também inspira novas ações fora de seus limites. No Centro de Pardinho, o instituto construiu o Centro Cultural Max Feffer, referência em arquitetura verde e sustentabilidade, onde são realizadas atividades gratuitas para a comunidade.

“A gente precisa pensar sempre em construir sem gerar lixo e cuidar da água, que é o bem mais precioso. Isso é o que vai garantir um futuro melhor para os nossos filhos e netos”, completa João Batista.

Fonte: portal G1

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