Fazenda da Cutrale volta a ser ocupada por integrantes do MST

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Fazenda da Cutrale volta a ser ocupada por integrantes do MST 18 abril 2017

 

Em junho de 2013, o MST ocupou a Santo Henrique para cobrar a destinação da área à reforma agrária

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltaram a ocupar na manhã dessa segunda-feira (17) a Fazenda Santo Henrique, em Borebi pertencente à Cutrale, uma das maiores produtoras de laranja do mundo. O ato integra uma série de manifestações promovidas pelos sem-terras em todo o país em homenagem ao Dia de Luta pela Reforma Agrária.

Segundo boletim de ocorrência (BO) registrado por representantes da empresa, cerca de 120 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, entraram na propriedade pacificamente por volta das 6h. O grupo permitiu que funcionários que encerravam o turno de trabalho deixassem o local. Já os trabalhadores que chegavam foram impedidos de entrar na fazenda. Até o fim da tarde, não havia informações sobre danos no imóvel.

Em nota, a direção do MST informou que cerca de 300 famílias ocuparam a Fazenda Santo Henrique. Os sem-terras defendem que a área de 2.500 hectares trata-se de terra pública utilizada indevidamente pela Cutrale. “A fazenda faz parte do antigo Núcleo Colonial Monção, um conglomerado de 40 mil hectares de terras da União, invadido por grandes empresas do agronegócio de cana-de-açúcar, laranja e eucalipto”, diz.

A propriedade já foi alvo de diversas ocupações pelo MST. A mais emblemática, ocorrida em setembro de 2009, ganhou repercussão nacional depois que o Helicóptero Águia da Polícia Militar (PM) gravou imagens de um trator derrubando 12 mil pés de laranja. O prejuízo, na época, ultrapassou R$ 1 milhão. A assessoria de imprensa da Cutrale foi procurada pela reportagem, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

REFORMA AGRÁRIA

A ocupação faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MST, que ocorre em abril com o objetivo de pautar a arrecadação de terras pra Reforma Agrária e políticas públicas para o campo. O movimento também critica a Medida Provisória nº 759, alegando que ela representa um retrocesso social no campo na medida em que prevê a privatização dos assentamentos rurais.

Em ao menos quatro capitais – Teresina, Fortaleza, Curitiba e Porto Alegre -, famílias de agricultores ocuparam sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Segundo o MST, cerca de 3 mil famílias estão acampadas há uma média de sete anos somente no estado de São Paulo. Em nível nacional, seriam cerca de 120 mil famílias acampadas.

Fonte: Jcnet

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