O juiz distrital de Itatinga, Luciano Fosters Júnior pode, a qualquer momento, determinar a interdição da Cadeia Pública de Itatinga. O pedido de interdição foi feito pelo diretor daquele estabelecimento prisional, delegado Celso Taira, em razão da superlotação. Fizemos um relatório ao magistrado explicando a situação em que se encontra a cadeia sugerindo sua interdição. Estamos aguardando a resposta, colocou Taira.
O delegado toma como exemplo a cadeia de Botucatu que foi parcialmente interditada pela juíza corregedora Adriana Toyano Fanton Furukawa e não pode alojar mais do que 120 presos. A cadeia botucatuense tem dez celas e já chegou a abrigar 266 presos, média de 26 presos por cada unidade. Atualmente (até as 10 horas dessa terça-feira), conta com 98 presos.
É para a Cadeia Pública de Itatinga que são conduzidas as mulheres criminosas de toda região, proporcionando uma capacidade carcerária acima do normal. Projetada para abrigar, no máximo, seis presas por cela (o que para muitos já é um número acima do ideal), ela conta, atualmente, com 81 detentas espalhadas em quatro xadrezes, que dá uma média de 20 mulheres por cada unidade.
Mesmo com essa população carcerária alta, nenhuma das nove presas que ganharam o benefício da saída temporária de Natal/Ano Novo (conhecida no dialeto carcerário como `saidinha´), se recusaram a voltar. Todas saíram e retornaram no dia e horário determinados pela carceragem.
De acordo com Celso Taira, o problema maior é que muitas mulheres já condenadas e que deveriam ter sido transferidas para penitenciárias com a finalidade de cumprir a pena imposta pela Justiça, permanecem na cadeia comum. Várias presas (de Itatinga) estão nessa situação, aguardando vagas para serem transferidas, colocou o delegado.
Segundo a autoridade policial civil, em razão da superlotação, a cadeia só está mantendo presas consideradas de alta periculosidade. Posso dizer que mais de 90% das 81 detentas recolhidas foram flagradas em crime de tráfico de entorpecentes. Por isso, crimes mais leves como furto, nós procuramos pedir a petição ao juiz para que sejam liberadas. Se colocarmos na cadeia as mulheres com delitos leves, a situação vai ficar insustentável, alertou Taira, que não descarta a possibilidade das mulheres se rebelarem. Qualquer cadeia desse País está sujeita a rebelião e a nossa não é diferente, resumiu.
Compartilhe esta notícia