Houve quedas de árvores e vias se transformaram em ‘rios’; dezenas de imóveis foram atingidos por ventania no Ferradura
O temporal que atingiu Bauru na tarde desta quarta-feira (16) deixou um rastro de estragos pela cidade. Os pontos de alagamento já conhecidos ficaram intransitáveis e vias importantes viraram verdadeiros ‘rios’, onde a força da água carregou carros e motos. O vento intenso provocou, mais uma vez, quedas de árvores em diversos pontos, inclusive no Zoológico e no Jardim Botânico, que foram fechados. Em uma das situações mais preocupantes, segundo a Defesa Civil, cerca de 50 casas do Ferradura Mirim foram destelhadas. Apesar de todos os danos, ninguém ficou ferido.
A pancada de aproximadamente 60 minutos descarregou 51 milímetros de água sobre a cidade (durante todo o dia, eram 58,2 milímetros até as 22h) e o vento chegou a 45 quilômetros por hora às 16h30, de acordo com o IPMet. Para se ter uma ideia, em todo o mês de novembro, choveram 70,1 milímetros no município.
O maior estrago registrado ontem foi no Ferradura Mirim, onde, segundo a Defesa Civil, cerca de 50 residências foram destelhadas. “Acredita-se que uma tesoura de vento (forte corrente de ar) foi responsável pelo estrago. Moradores perderam móveis, roupas e alimentos. Estamos arrecadando lonas e outros itens para distribuir nas casas, mas vamos precisar de ajuda”, afirma o coordenador da Defesa Civil, Marcelo Rial, ressaltando que, apesar dos prejuízos, ninguém se feriu.
No mesmo bairro, houve ainda a queda de uma árvore sobre a residência da cunhada de Maria Elisa de Paula Correia. Segundo ela, havia seis crianças no imóvel no momento do acidente. “Graças a Deus, nenhuma delas se feriu. Mas, destruiu a casa”, conta.
Ainda houve registro de quedas de árvores em vários outros locais, incluindo Distrito Industrial 1, Condomínio Terra Nova e no Núcleo Geisel.
A ventania ainda derrubou ao menos cinco árvores dentro do Zoológico. Uma delas atingiu o Recinto dos Primatas e outra caiu sobre a estrutura do restaurante que funciona no local. Por isso, as visitas estão suspensas até que seja avaliado a extensão dos danos e ocorra a retirada das árvores. Nenhum animal ficou ferido, pois, segundo a prefeitura, eles foram recolhidos antes do início da chuva.
O Jardim Botânico também teve ocorrências de quedas de árvores e, assim como o Zoo, foi fechado por tempo indeterminado para averiguação dos estragos.
FORÇA DA ÁGUA
Na av. Nações Unidas, o volume de água a transformou novamente em um ‘rio’ e ainda arrastou diversos carros e motos, ilhando motoristas. A reportagem flagrou, inclusive, o momento em que uma mulher, que estava dentro de um Chevrolet Celta, cai na água e perde a mochila ao tentar deixar o veículo. Por sorte, ela consegue se levantar e se abriga em um ponto.
Na mesma via, o trecho sob o viaduto da antiga Fepasa também ficou alagado e só foi liberado por volta das 20h, segundo a Emdurb.
A corrente de água também foi capaz de tombar um automóvel na quadra 9 da rua Maria José, na Vila Guedes de Azevedo. No local, outros carros e motos também foram arrastados.
Na avenida Comendador José da Silva Martha, além do alagamento na rotatória, os motoristas que seguiam sentido Praça Portugal tiveram que utilizar a contramão, para evitar a forte enxurrada que descia pelo outro lado da via.
INTERDITADO
Um trecho da quadra 22 da rua Vereador Joaquim da Silva Martha, na Vila Nova Cidade Universitária, precisou ser interditado após a chuva surpreender trabalhadores do DAE, que realizavam reparos na rede de esgoto no local e não tiveram tempo de compactar os buracos antes do início do temporal.
Os reparos necessários devem ser feitos nesta quinta-feira (17), segundo a autarquia.
Fonte: JCNet