A possibilidade de o governo do Estado criar 60 vagas para o curso de Medicina para Bauru está movimentando diferentes setores da sociedade botucatuense. O projeto é do deputado estadual Pedro Tobias (PSDB) que tem seu reduto eleitoral naquela região e é ligado ao governador Geraldo Alckmin. Isso porque, com 50 anos de fundação, a Faculdade de Medicina de Botucatu mantém as suas 90 vagas por ano.
Esse assunto vem sendo discutido com os diretores da Unesp de Botucatu, Silvana Artioli Shellini e Carlos Peraçoli, vice-reitora Mariuza Cunha Rudge; prefeito de Bauru Rodrigo Agostinho e sua vice Estela Almagro; deputado Pedro Tobias e com o próprio governador Geraldo Alckmin, que não descarta a possibilidade de Bauro ter seu curso de Medicina.
Em razão disso o vereador Lelo Pagani (PT) revelou na manhã desta segunda-feira (3) que está querendo discutir o assunto em uma Audiência Pública, com a presença de personalidades ligadas a diferentes setores da sociedade. Não tem sentido criar-se vagas em Bauru sendo que a Unesp de Botucatu está esperando o aumento no número de vagas há muitos anos. Temos que nos mobilizar, pois essa é uma discussão política e Bauru está pleiteando as vagas que, por direito, são de Botucatu, frisou Pagani.
Na semana passada Pagani encaminhou um requerimento ao reitor da Universidade Estadual Paulista, professor Júlio Cézar Durigan, aventando a possibilidade de realizar estudos visando o aumento da quantidade de vagas oferecidas no curso de graduação da Faculdade de Medicina de Botucatu – Campus da Unesp de Rubião Júnior.
Ele se baseia num levantamento de dados do Governo Federal que demonstra a falta de, aproximadamente, cinqüenta mil médicos em todo o Brasil e uma das saídas apontadas no levantamento é importar profissionais de outros países, e que essa proposta além de ser polêmica, enfrenta resistência, principalmente, de especialistas da área de saúde.
Lembra que o estudo indica que o Brasil não forma médicos suficientes e que o problema está concentrado nas cidades pequenas, localizadas no interior, onde não há profissionais suficientes nos hospitais e centros de saúde. A Faculdade de Medicina de Botucatu com seus 13 Departamentos de ensino forma, anualmente, 90 médicos em seu curso de graduação e essas vagas disponibilizadas, atualmente, no seu vestibular vêm desde a criação do curso em 1963 sendo que têm estrutura física para aumentar as vagas no curso de Medicina.
A sociedade brasileira observou o crescimento de sua expectativa de vida e o aumento no número de habitantes em cada município sem, contudo, presenciar o crescimento na mesma proporção do número de profissionais formados em bons cursos de Medicina. Seria uma importante medida para formarmos mais profissionais que poderiam ser aproveitados no mercado de trabalho de nosso país, informa Pagani. E temos que nos mobilizar para que o aumento de vagas seja para Botucatu e não criar as vagas para Bauru, acrescenta o vereador.
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