No último 15 de abril, as organizações Agência Pública, Repórter Brasil e Public Eye divulgaram uma pesquisa sobre níveis de agrotóxicos presentes na água consumida pelos brasileiros entre 2014 e 2017. Os dados geraram repercussão na mídia e entre os moradores de Botucatu, já que a cidade foi listada como uma das 1327 de todo o Brasil nas quais foi detectada a presença de agrotóxicos em suas amostras.
Diante das informações divulgadas e com o objetivo de esclarecer a população sobre a veracidade dos dados, os vereadores se reuniram, na manhã desta segunda-feira (29/4) com representantes da Vigilância Sanitária, da Sabesp e da Secretaria Municipal do Verde.
Os representantes afirmaram que, assim como a população, foram pegos de surpresa pela pesquisa divulgada, uma vez que a presença de agrotóxicos não foi detectada em nenhum laudo produzido no período 2014-2017. Com o alarde causado pela notícia, os dados foram reconferidos e, ainda assim, segundo eles, não apresentaram nenhum desvio dos parâmetros estipulados por legislação com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A água em Botucatu é boa e está sendo constantemente vigiada e monitorada. A Vigilância realiza 250 análises anuais da água, sem contar os testes de responsabilidade do prestador de serviço, a Sabesp, que chegam a somar 90 mil análises mensais”, disse a diretora técnica da Vigilância Sanitária de Botucatu, Lilyan Michaloski.
Ainda que a fonte dos dados da pesquisa e dos laudos seja a mesma – o sistema Siságua do Governo Federal – segundo Sabesp e Vigilância os números divergem e o que foi divulgado não condiz com a realidade. O Secretário Municipal do Verde, Márcio Piedade Vieira, também concorda que as informações da pesquisa não se sustentam. “O molitano, agrotóxico que foi dito que estaria presente acima dos limites em Botucatu, por exemplo, é usado em culturas de arroz, plantação que sequer existe na nossa região, o que tornaria sua presença nas nossas águas muito improvável. Eu lamento esse tipo de divulgação de dados distorcida e que gera pânico e desconfiança”, pontuou ele.
Além de exigirem uma posição do Ministério da Saúde e explicações da Agência Pública, Repórter Brasil e Public Eye sobre os dados divulgados, a preocupação dos gestores agora é com o alarde causado entre a população. “Com a notícia, com esse boato, as pessoas podem ter medo de tomar água tratada e buscar fontes alternativas não adequadas, e isso sim poderia causar danos à saúde. Por isso, reiteramos: a água em Botucatu não está contaminada e a população deve continuar consumindo-a normalmente”, afirmou a chefe da divisão da Vigilância Sanitária de Botucatu, Rosana Minharro.
Qual é o papel da Câmara
Os vereadores Alessandra Lucchesi, Carlos Trigo, Cula, Jamila, Zé Fernandes e Rose Ielo, além do presidente da Câmara, Carreira, acompanharam a reunião com foco em obter esclarecimentos que possam ser transmitidos aos munícipes que os procuram frequentemente sobre o assunto. Eles aproveitaram para fazer perguntas sobre o monitoramento da qualidade da água no município, a quantidade de análises que são feitas, as ações que devem ser tomadas caso se provem que os dados da pesquisa estão equivocados e a atual situação dos servidores da vigilância, destacando o desejo do Legislativo se manter parceiro na divulgação de informações de utilidade pública e na preservação de serviços de qualidade na cidade.
“Estou satisfeito com as explicações recebidas na reunião de hoje e saio convencido de que acreditar nesse tipo de boato, em informações equivocadas, não acrescenta nada. Como homem público, minha preocupação é com a população usuária deste produto tão precioso que é a água e estamos à disposição para esclarecer e reforçar que nossa água é de ótima qualidade”, disse o presidente Carreira.
Além dos vereadores e gestores já citados, também estiveram presentes na reunião o farmacêutico da Vigilância Sanitária, Luiz Francisco Pereira de Moraes, o gerente da divisão de Botucatu da Sabesp, Sandro Henrique Ramos, a gerente da divisão de Controle Sanitário da Sabesp, Ana Lúcia Silvia, e o superintendente da Sabesp, Mauricio Tápia.
Assessoria Câmara
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