As convenções partidárias se aproximam, hora de pré-candidatos se tornarem efetivamente postulantes aos seus cargos previamente anunciados, como Deputados, Senadores, Governadores e Presidentes. A eleição para o legislativo é sempre mais complexa e a escolha nem sempre é tão simples.
Em Botucatu, faltando algumas semanas para as convenções, poucos se colocaram como pré-candidatos a Deputado. Com a desistência de João Cury a candidatura de Deputado Federal e sua expulsão do PSDB na sequência, as opções ficaram ainda mais restritas.
Você sabe até então quais são os nomes de Botucatu na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa ou mesmo na Câmara dos Deputados? Vamos lá então.
Para Deputado Estadual o único nome apresentado até aqui foi o de Fernando Cury (PPS). Vice-presidente de seu partido, o legislador espera apenas a convenção para oficializar seu nome e tentar a reeleição. Em 2014 obteve 85.925 votos, com uma estruturada campanha que colocou um botucatuense novamente na Assembleia Legislativa após 20 anos, quando Milton Flávio se elegeu Deputado (Nas outras vezes que assumiu era suplente).
Essa eleição será ainda mais difícil para Cury, pois terá que obter um arranque de pelo menos 40 mil votos em Botucatu para buscar o resto lá fora. Terá novamente estrutura, apoio financeiro e o seu principal cabo eleitoral na eleição passada, João Cury.
Com o atual Secretário Estadual de Educação candidato, sobraria menos empenho para o apoio a Fernando. Sem a necessidade de buscar votos para si ou com dobradinhas partidárias, como seria com Caio Coube em Bauru, João terá mais liberdade para ajudar o irmão, como fez em 2014 quando era Prefeito.
Diga-se de passagem, na eleição de 2014 o então Prefeito disse que estaria envolvido até o pescoço caso o irmão fosse candidato, o que se concretizou, embora João Cury tenha dividido seu tempo na campanha de Aécio Neves na oportunidade. Se o Prefeito em 2014 se empenhou tanto na candidatura de Fernando Cury, fará o mesmo o atual chefe do Poder Executivo?
Nova liderança: REDE terá candidato
Outra opção já apresentada é a do jovem Giovanni Mockus, que na última sexta-feira, dia 13, anunciou sua pré-candidatura pela REDE Sustentabilidade, partido de Marina Silva. Com apenas 23 anos, se apresenta como uma alternativa política, aliás, tem atuado para justamente criar uma rede com novas lideranças.
Mockus é co-fundador e dirigente nacional da REDE ao lado da ex-senadora e pré-candidata à Presidência da República. Entre suas experiências no mundo político ainda teve uma passagem como Assessor Legislativo da legenda na Câmara dos Deputados.
E o PDT de Rose e Mário Ielo?
Em 2014 o PT lançou a vereadora Rose Ielo para a disputa a Deputado Estadual, meio que em cima da hora e não foi difícil prever que a votação não seria tão empolgante pelo tempo curto e a falta de recurso. Foram 10.614 votos, longe de ficar em uma situação vantajosa de suplência.
Em 2010 o mesmo se aplicou na candidatura de Lelo Pagani, que ainda assim obteve 18.752 votos. Mas e agora? Alguém será candidato?
Bom, o PT de Mário Ielo não existe mais, o que tem desde 2016 é o PDT do ex-Prefeito de Botucatu. Até agora não houve qualquer sinal de candidatura, nem de Rose Ielo, nem de Mário Ielo e nem de Carlos Trigo, a chamada Trindade dos Trabalhistas Democráticos de Botucatu. Virá uma candidatura aos 45 do segundo tempo?
Em 2017 Mário Ielo foi convidado pelo Deputado Federal Milton Monti para ingressar no PR e receber dele o apoio e estrutura de uma dobrada na região. Em conversa com este que escreve, o Deputado Federal se mostrou muito confiante, mas parece que não houve recíproca e as conversas não evoluíram. Até Caco Colenci queria ver Mário Ielo candidato.
Mas a situação não é tão simples assim, saindo ou não candidato. Para Rose ou Mário, não sair candidato significa se esconder e não colocar o nome em evidência para eleição municipal de 2020. Agora, se sair, corre-se o risco de o fiasco de uma baixa votação queimar os planos para o pleito municipal. Realmente, é uma situação incomoda e Mário Ielo não vem dando as caras sobre o assunto.
E para Federal??
A situação de Milton Monti no início de 2018 era nebulosa. O PR não contará mais com Tiririca, dono de 1.016.796 votos, número que levou mais candidatos do PR e deu mais segurança para tantos outros. Para complicar, João Cury poderia (e tiraria) votos importantíssimos de Monti por aqui. Com a desistência do ex-prefeito de Botucatu, a situação melhorou.
Com 115.942 votos, Miltinho não precisou dos votos de Tiririca, mas é claro que a segurança do palhaço/cantor seria de grande valia. Mas Tiririca cansou de ser palhaço em Brasília e voltará a ser palhaço nas lonas do circo.
Nas redes sociais Milton Monti não goza lá de tanta popularidade, pelo menos em Botucatu. Sua atuação junto ao governo Michel Temer desencadeou uma série de críticas ao Parlamentar. Mas é bom lembrar que justamente essa relação com o Temer e seus ministros fez com que Botucatu ganhasse conquistasse com mais rapidez obras como o viaduto Jardim Paraíso/Jardim Cristina, entre verbas para o HC e pautas para o Prefeito de Botucatu em Brasília.
Monti tem seu Escritório Político em Botucatu e é figura mais constante por aqui (eleitoralmente falando), do que propriamente sua cidade natal, São Manuel, onde está sua casa e sua família. Aliás, na teoria tem caminho livre por aqui e nos corredores mais sombrios dos bastidores discute-se (lá no fundo, no fundo) sua participação na desistência de João Cury a candidatura a Deputado Federal (será que teve?). Após as rusgas de um passado (muito) recente, comenta-se até que uma nova dobrada entre Milton Monti e Fernando Cury estaria bem alinhavada.
PSOL vai encarar
Por fim, a mais recente reivindicação. Daniel Carvalho, aguerrido defensor das ideias do PSOL Botucatu anunciou recentemente sua pré-candidatura a Deputado Federal, fazendo inclusive um evento para o lançamento da Pré-candidatura.
A tarefa será muita dura, já que o PSOL tradicionalmente elege Ivan Valente, aquele mesmo, do carinhoso vídeo sobre as ideias de João Cury como Secretário da Educação para o voucher da merenda e transporte escolar. Apesar de bem votado em 2014 (com 168.928 votos), Valente, considerado um dos melhores Deputados pelo site Congresso em Foco, não é nenhum fenômeno musical/circense para levar sob suas asas outros candidatos de seu partido.
Daniel não terá estrutura e gastará muita lábia tentando convencer os eleitores em Botucatu e ter uma votação mais digna do que obtida em 2016, quando recebeu apenas 786 votos como candidato a Prefeito. Para se ter uma ideia, 18 candidatos a vereador tiveram mais votos que ele. Essa conta precisa melhorar.
Essas são as opções, por enquanto. Claro, como ainda não temos o voto distrital, todos ganharão a concorrência dos chamados forasteiros, que tradicionalmente se juntam a políticos, lideranças e profissionais de campanha (que lucram algo) para arrebatar os votos botucudos.
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