A briga continua. Nos próximos dias, mais uma grande polêmica poderá ocupar espaço em Botucatu. Embora a notícia esteja sendo tratada com muita discrição. Trata-se de uma ação cível contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e o médico Valdemar Pereira de Pinho, por calúnia, injúria e difamação. Isso porque, nas eleições de 2008, a Coligação que elegeu João Cury Neto (PSDB), a prefeito de Botucatu foi acusada de crime eleitoral, por prática de compra de votos.
Baseado em gravações feitas em casas de munícipes o PT entrou com uma ação contra o prefeito eleito, João Cury Neto, na Justiça, através do advogado Ailton Gimenez, de Bauru, pedindo que ele fosse destituído do cargo. Porém, nas três estâncias em que foi julgada, a ação de denúncia de compra de votos foi considerada improcedente.
Agora o PT vai ter que provar do seu próprio veneno. Eles acreditaram nas gravações clandestinas feitas por um indivíduo apelidado de Fumaça que tem uma extensa ficha criminal e entraram com a ação questionando o resultado das urnas. Isso gerou desconforto na cidade e manchou a eleição de 2008, que foi ganha com uma larga margem de votos. O PT queria que a Justiça acreditasse que mais de 12 mil pessoas da cidade se venderam. Agora vão são eles que vão sentar no banco dos réus, disse um dos coordenadores da campanha de Cury que pediu a omissão do nome.
Não tenho medo, mas por enquanto estamos analisando a situação e vamos conversar com todo mundo que participou daquela eleição para ninguém assumir isso sozinho ou em pequenos grupos. Qualquer decisão que for tomada ela não será isolada e sim definida por um grupo e terá embasamento jurídico. Vamos conversar com todo mundo, inclusive, com o prefeito sobre isso, acrescentou.
Entretanto, o presidente do PSDB de Botucatu, Jamil Cury Júnior, garantiu que não está sabendo de nenhuma ação contra o PT e não vai partir dele essa iniciativa. Isso é uma coisa que tem que passar pelo diretório e eu posso garantir que isso ainda não foi discutido. Pode estar havendo uma intenção de se fazer isso, mas, antes de qualquer coisa é necessário observar se existe embasamento jurídico, disse Cury.
Portanto, continua o presidente tucano, posso garantir que hoje, não está sendo discutida nenhuma ação dentro do diretório. Também, que eu saiba, ninguém que faz parte do diretório tem autorização ou pretensão para fazer isso. Que muita gente ficou aborrecida com aquela acusação de compra de votos, não é segredo para ninguém. Mas, conheço todo mundo do diretório e nenhuma ação nesse sentido foi discutida em nível de diretório. Não sei de onde surgiu essa notícia, questionou o presidente.
O chefe de gabinete da Prefeitura Municipal, Caco Colenci, também mostrou desconhecimento sobre essa ação e adotou a mesma linha do presidente do partido. Agora que o processo da acusação de compra de votos foi arquivado pode ser que tenha alguém que se sentiu atingido com a denúncia esteja pensando nessa possibilidade, mas nada nesse sentido passou pelo gabinete. Tenho certeza de que o prefeito também não está sabendo de nada, comentou Colenci.
{n}PT se diz tranquilo{/n}
O coordenador da campanha do PT em 2008, José Everaldo da Rocha, que assinou a ação contra o PSDB diz que já esperava que isso pudesse acontecer, mas se diz absolutamente tranqüilo, pois no seu entender nem ele nem o partido, cometeram qualquer tipo de irregularidade.
Não acusamos ninguém. Apenas detectamos que havia indícios de compra de votos, fizemos uma investigação e encaminhamos para Justiça Eleitoral investigar tudo o que foi apurado. Perdemos nas três estâncias e não nos cabe mais recursos. Não podemos questionar a decisão judicial, mas não concordamos com ela. Mas, estamos tranquilos e se vier o processo nós iremos responder sem maiores problemas. Não há o que temer, já que não cometemos crime nenhum. Crime é grampear telefone, colocou Rocha.
{n}Nota da redação{/n}
A informação dessa ação cível do PSDB contra o PT foi passada por uma pessoa que tem grande penetração dentro do tucanato, seja na Prefeitura Municipal, seja no diretório. Após ouvir o presidente do partido, a reportagem procurou sua fonte que ratificou que a possibilidade dessa ação na Justiça é real.
Sei que a situação é delicada, mas isso está circulando desde que a coligação foi acusada de estar promovendo a compra de votos. Vários integrantes que se sentiram atingidos garantiram que iram entrar com uma ação caso a Justiça desse ganho de causa ao PSDB e isso acabou acontecendo. Agora o assunto voltou com força, mas ainda não foi discutido em nível de diretório. Não adianta entrar com uma ação apenas para fazer barulho. Embasamento jurídico nós temos, pois esse fato feriu a integridade moral de muita gente, que acabou sendo atingida por uma farsa criada na eleição, disse.
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