A sessão ordinária da Câmara Municipal desta segunda-feira (19) promete ser bastante interessante e agitada. Isso porque será votado o Projeto de Lei que propõe alteração na redação da Lei Municipal nº 4.904/2008, que em seu artigo 36, proíbe a utilização de sedém em animais e isso impede a realização de rodeios na Cidade.
Sedém uma corda confeccionada da crina do cavalo, rabo do boi, lã ou espuma revestida de tecido macio que, passada na altura da virilha do animal, tem a finalidade de estimulá-lo a pular. Para muitos o sedém é um instrumento de tortura e os rodeios são um ritual de maus tratos aos animais. Além do sedém, os peões usam esporas.
Uma audiência pública proposta pelo vereador Alexandre Granado (Xê), contando com assinaturas de outros vereadores, realizada no ano passado, superlotou as dependências do legislativo botucatuense e muita gente, (mais de 100 pessoas) teve que ficar do lado de fora do prédio, em razão do numero acentuado de pessoas que queriam manifestar suas opiniões sobre o assunto. Para evitar conflitos, a segurança da Câmara Municipal deverá ser reforçada pela Polícia Militar (PM) e Guarda Civil Municipal (GCM).
O projeto que sugere a mudança na redação da lei é encabeçado pelo vereador Xê que na sua justificativa destacou que ao contrário de causar danos aos animais, os responsáveis pelos rodeios têm uma estrutura montada com especialistas da área para proteger os animais, citando, ainda, os aspectos econômicos que o rodeio pode trazer para o Município. Lembra que Botucatu já fez história promovendo este tipo de festa como o Rodeio da Padroeira que por vários anos foi realizada, atraindo os melhores peões em montaria de touros e cavalos do Brasil e grandes artistas da música.
Mais uma vez o plenário da Câmara deverá ficar dividido: de um lado os defensores do rodeio com o argumento de que os touros não sofrem maus tratos, fomenta o turismo atraindo pessoas de diferentes cidades do estado, aquece a economia e gera empregos. Do outro, aqueles que são contrárias aos rodeios, como a Associação Protetora dos Animais (APA), que entendem que o evento é, claramente, prática de maus tratos ao animal que é estimulado a pular na arena pela dor, com o sedém amarrado, fortemente, em sua virilha. Os vereadores estão divididos sobre esta questão e não será nenhuma surpresa se houver um pedido de vistas ao projeto para que a votação seja adiada para uma melhor avaliação.
{n}A prova {/n}
Na montaria de touro, o intuito do peão é permanecer no lombo do animal por, pelo menos, oito segundos. Esses animais de arena são criados e selecionados para este fim. A avaliação é feita por dois árbitros cuja nota é de 0 a 50 cada; um árbitro avalia o competidor e o outro avalia o animal, totalizando a pontuação de 0 a 100.
Também existem outras competições polêmicas nos rodeios envolvendo bovinos como, por exemplo, a que o bezerro é solto na arena e é perseguido pelo cavaleiro que salta sobre o animal torcendo seu pescoço para que caia no chão e seja amarrado nas quatro patas ou quando é laçado pelo pescoço em alta velocidade caindo violentamente contra o chão. Em qualquer uma vence o cavaleiro que cumprir a prova em menor tempo.
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