Buscando um maior estímulo financeiro de áreas mais carentes da cidade, o vereador Luiz Aurélio Pagani (PT) apresentou em sessão ordinária da Câmara dos Vereadores de Botucatu um requerimento endereçado ao Poder Executivo solicitando uma análise da Lei Orgânica do Município, visando a possibilidade da criação de uma moeda social local.
De acordo com o vereador, o número de bancos com moedas próprias mais do que dobrou nos últimos cinco anos, de acordo com dados obtidos junto a Rede Brasileira de Bancos Comunitários. “Os dados apresentados dão conta de que no ano de 2009, o Brasil tinha apenas 51 instituições desse tipo, porém, esse número mais do que dobrou nos últimos anos e hoje já temos 104 bancos comunitários”, argumenta Pagani. “Se formos um pouco mais fundo no tema, podemos dizer que em 2013, esse tipo de banco foi responsável por movimentar 18 milhões de reais em crédito produtivo e 600 mil reais em moedas sociais, aceitas apenas por comerciantes credenciados na região de cada banco”.
Além dos dados apresentados, que valorizam os números movimentados pelas instituições no último ano, Pagani também destaca o lado social da atividade. “Os bancos comunitários são importantes, pois são controlados por associações de moradores. A própria comunidade é quem decide para onde o investimento será direcionado, uma vez que ela é quem aprova ou reprova os valores”, explica. “Além disso, existe o mais importante, que é a garantia de que esse dinheiro circule apenas entre os comerciantes e moradores locais, garantindo o retorno financeiro do serviço”, comentou o vereador.
Como o projeto é administrado por associações de moradores, a ideia do vereador é de que existe uma capacitação dos mesmos antes do funcionamento. “Em caso de aprovação, deve haver uma formação financeira para as pessoas, uma vez que dificilmente alguma delas tenha alguma experiência na área. Depois de um tempo de acompanhamento, creio que eles já poderão andar com as próprias pernas no serviço”, analisa.
Lelo Pagani também faz questão de destacar que o Real não perderia sua força ou validade nas regiões de utilização da moeda comunitária. “Existem regras que determinam que deve existir um câmbio entre as moedas e que ambas devem ter o mesmo valor. Como a circulação da moeda social deve ser restrita à região do banco, ninguém será obrigado a aceita-la como pagamento”, encerrou.
Compartilhe esta notícia