O governo Geraldo Alckmin (PSDB) prepara a instalação de 25 novos pedágios no litoral e no interior paulista, em um projeto de novas concessões de rodovia. Com previsão de início no próximo verão, a cobrança já é alvo de queixas e protestos da parte de prefeitos, empresários, sindicatos e moradores, que têm se articulado para pedir que o tucano reveja a decisão.
Segundo reportagem da Folha de São Paulo, a proposta prevê quatro novos lotes de concessão, num total de 2.266 km de vias e investimento de R$ 10,8 bilhões em 30 anos. As novas praças se somarão aos 153 pedágios já existentes, em 6.400 km de 20 concessões. Contra o anúncio, já houve protestos em três municípios, Cristais Paulista, Franca e Batatais e um grupo de 20 associações comerciais enviou um manifesto contra a proposta ao governador tucano.
Região de Botucatu terá 4 novas praças
Os moradores de Botucatu serão afetados com o novo anúncio do governo paulista. Conforme o cronograma, 4 novas praças de pedágio serão instaladas nas rodovias da região, uma delas dentro do município.
As outras serão construídas na SP-255, Rodovia João Melão, no quilômetro 228, entre Pratânia e Avaré e no quilômetro 167, no trecho entre Barra Bonita e Jaú. A última ficará em Santa Maria da Serra, ou seja, o motorista que for de Botucatu para Piracicaba pagará duas tarifas durante o percurso. Essa cobrança ficará no quilômetro 218 da rodovia Geraldo Pereira de Barros, entre os municípios de Santa Maria e São Pedro. Ainda não há previsão de valores.
Com a palavra, a Secretaria de Transportes do Estado
À Folha, o Secretário de Logística e Transportes do Estado, Duarte Nogueira, disse que o Estado não tem recursos para manter a malha rodoviária e por isso é necessária a parceria com a iniciativa privada. “Análise da CNT, Confederação Nacional do Transporte, aponta que 19, das 20 melhores estradas do Brasil estão em São Paulo e fazem parte do programa de concessão”, justifica o secretário.
Outros 4 pontos de cobrança
Vale lembra que já existem outras quatro praças entre Anhembi e Bauru na SP-300, Rodovia Marechal Rondon. Os valores variam entre R$ 4,50 e R$ 6,40. Por sinal, o valor mais caro é cobrado na praça de Anhembi, onde a pista não foi duplicada.
Além disso, usuários reclamam da manutenção da pista e a demora em algumas obras. É o caso da serra de Botucatu, que está interditada por completo desde janeiro, por conta de um desmoronamento. Moradores de bairros de Botucatu precisam aumentar em até 60 km o percurso para chegar a cidade, além do pagamento de pedágio na Castello Branco, que é uma das alternativas de trajeto.
Faturamento num final de semana
Tomando como exemplo o percurso entre Botucatu e Bauru, com 3 praças de cobrança em menos de 100 quilômetros de distância, a concessionária que administra o trecho fatura valores que impressionam.
A própria concessionária divulgou que durante o feriado de carnaval passaram pelas praças de pedágio, aproximadamente 300 mil veículos. No percurso de ida e volta o valor pago pelo motorista, apenas nessa pequena distância é de R$ 28,80. Assim sendo, o total arrecadado, somente no carnaval, foi de mais de R$ 8,5 MILHÕES.
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