Depois de uma campanha muita acirrada, onde não faltaram acusações pessoais de ambos os lados nas propagandas eleitorais em rádios e televisões com formato dos debates não favorecendo temas nacionais, a presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita com menos de 3% dos votos válidos em disputa com Aécio Neves (PSDB), sendo esta a eleição mais apertada da história republicana do Brasil.
O anúncio oficial da reeleição de Dilma foi feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 20h30min, quando 97,70% das urnas haviam sido apuradas e o placar apontava 51,48% a 48,52¨% (diferença de 2,96%). Foram 1.71% votos brancos e 4,64% nulos.
Nos três maiores colégios eleitorais do país houve divisão de votos. Em São Paulo deu Aécio com 64%. Já no Rio de Janeiro e Minas Gerais (“casa” do candidato do PSDB) Dilma obteve um percentual de 54% e 52%, respectivamente. A comarca de Botucatu deu a Aécio mais de 71% dos votos válidos.
Dilma Vana Rousseff nasceu em Belo Horizonte em 14 de dezembro de 1947. É economista e política brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), e atual presidente da República Federativa do Brasil. Durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a chefia do Ministério de Minas e Energia, e posteriormente, da Casa Civil. Em 2010, foi escolhida pelo PT para se candidatar à Presidência da República na eleição presidencial, sendo que o resultado de segundo turno, em 31 de outubro, tornou Dilma a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado e chefe de governo, em toda a história do Brasil.
Nascida em família de classe média alta, interessou-se pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância de esquerda, integrou organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar, como o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972 pela ditadura militar brasileira, primeiramente durante a Operação Bandeirante (Oban), onde passou por sessões de tortura, e, posteriormente, no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde, junto a Carlos Araújo, seu companheiro por mais de trinta anos, ajudou na fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas campanhas eleitorais. Exerceu o cargo de secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre de 1985 a 1988, no governo Alceu Collares. De 1991 a 1993, foi presidente da Fundação de Economia e Estatística e, mais tarde, foi secretária estadual de Minas e Energia, de 1999 a 2002, tanto no governo de Alceu Collares como no de Olívio Dutra, no meio do qual se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 2001. Em 2002, participou da equipe que formulou o plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a área energética. Posteriormente, nesse mesmo ano, foi escolhida para ocupar o Ministério de Minas e Energia.
Em 2005, Rousseff foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil, em substituição a José Dirceu, que renunciou ao cargo após o chamado Escândalo do Mensalão. Dilma foi a primeira mulher secretária de Fazenda de sua cidade, a primeira ministra de Minas e Energia, a primeira chefe da Casa Civil, além de ser primeira presidente da história brasileira, eleita em 2010. Agora ela terá responsabilidade de governar o Brasil por mais quatro anos em mandato que se inicia em 1º de janeiro de 2015.
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