Conselho de Ética do Cidadania recomenda expulsão do deputado Fernando Cury

Política
Conselho de Ética do Cidadania recomenda expulsão do deputado Fernando Cury 10 janeiro 2021

Depois da aprovação do parecer na comissão, o relatório que recomenda a expulsão do parlamentar será submetido à executiva nacional do Cidadania, que vai decidir se acata ou não o parecer do comitê de ética. Cury também é alvo de um processo em comissão da Alesp, que analisa cassação do mandato dele na casa.

 

O conselho de ética do partido Cidadania recomendou neste domingo (10) que a legenda expulse o deputado estadual Fernando Cury (SP), flagrado em imagens apalpando o seio da colega Isa Penna (PSOL) no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo. O parlamentar é alvo de um procedimento disciplinar interno da legenda, que foi votado neste domingo no comitê de ética da sigla.

Após aprovação na comissão, o relatório será submetido à executiva nacional do Cidadania, que vai decidir se acata ou não o parecer em favor da expulsão do deputado.

Para a relatora do caso no conselho de ética do Cidadania, Mariete de Paiva Souza, a importunação sexual sofrida pela deputada do PSOL é um episódio “desrespeitoso, afrontoso e deve ser combatido”.

“As imagens do plenário por si conferem clareza ao acontecimento, com nitidez, câmeras flagraram um comportamento descabido, rasteiro e incongruente por parte do deputado Fernando Cury contra a deputada Isa Penna. O fato é grave e insolente, não nos permite outra interpretação que não a de estarmos diante de um acontecimento desrespeitoso e afrontoso, que deve ser combatido”, destacou a relatora.

Fernando Cury já tinha sido afastado das funções dele na legenda em 18 de dezembro, após a repercussão do caso de importunação sexual nas redes sociais. Na ocasião, o Cidadania declarou em nota que “a acusação refere-se a uma conduta absolutamente incompatível com os princípios defendidos” pela legenda”.

O parlamentar também é alvo de um pedido de cassação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Os membros do conselho decidiram na terça-feira (29) que o caso de importunação sexual contra o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) só será analisado pelo colegiado em fevereiro, após o fim do recesso parlamentar dos deputados.

A decisão aconteceu após um parecer da Procuradoria da Alesp afirmar que o conselho só pode se reunir durante as férias parlamentares após aprovação da convocação extraordinária em plenário, pela maioria dos 94 deputados da casa.

Segundo o documento, a direção da Alesp teria que convocar todos os parlamentares em sessão extraordinária apenas para deliberar sobre a autorização de reunião do grupo de ética.

Parecer da Procuradoria da Alesp sobre o caso envolvendo o deputado Fernando Cury (Solidariedade). — Foto: Reprodução

Após essa convocação do plenário, a autorização de reunião do conselho teria que ter ao menos 48 votos favoráveis para que o processo de cassação do mandato de Fernando Cury tenha andamento no colegiado durante o recesso.

Diante da manifestação da Procuradoria, o G1 apurou que os oito membros titulares do Conselho de Ética concordaram que o caso deve começar a ser debatido apenas depois de 1º de fevereiro.

Por meio de nota, a deputada Isa Penna afirmou que, apesar do parecer da Procuradoria da Alesp, “espera que o presidente da casa se comprometa com essa articulação e ajude a conseguir a sessão. Uma vez que é um dever cívico e moral da maior casa legislativa do Brasil, e para além, que a Assembleia Legislativa de São Paulo não meça esforços e dê exemplo de como devem ser levados os casos de assédios no país”.

“Um caso televisionado e explícito como esse deve ter a relevância suficiente para somar na luta de acabar com cultura de importunação sexual e violação dos direitos das mulheres no país todo. Acredita também que poderá contar com todos os seus colegas da casa em todos os momentos em que eles forem solicitados, pois o direito das mulheres não tem viés ideológico e é universal”, disse a parlamentar do PSOL.

Fonte: G1

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