O diretório estadual do Cidadania decidiu pela expulsão do deputado estadual Fernando Cury nesta segunda-feira, dia 22, após o caso de importunação sexual envolvendo a colega Isa Penna (PSOL) em dezembro de 2020.
O Conselho de Ética partido já havia recomendado ao Diretório Nacional a expulsão do parlamentar da legenda.
Vídeo gravado por câmera da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) mostrou o episódio onde a parlamentar é abordada por trás durante sessão extraordinária para votar o orçamento do estado. A deputada registrou boletim de ocorrência contra o parlamentar botucatuense por importunação sexual. Fernando Cury nega que tenha assediado a colega.
Em abril, a Casa aprovou por unanimidade uma resolução que determinava a perda temporária do mandato de Cury por 180 dias. A legenda havia considerado que o episódio de importunação sexual na Alesp foi “desrespeitoso, afrontoso e deve ser combatido”.
Em nota nesta segunda, Cury afirmou ao portal G1 que o “processo está, mais uma vez, atropelando o devido processo legal para criar um fato político”, é “antidemocrático” e que não há “o intuito de se fazer justiça pois, caso fosse essa a intenção, aguardariam o término dos prazos dos recursos na ação judicial para dar andamento a este processo”.
Segundo ele, o partido pretende fazer uma “manobra” criando um “fato político” ao expulsá-lo antes de uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
“Caso o TJDF entenda que a competência é do Conselho de Ética Estadual, e não Nacional do Cidadania, minha expulsão será cancelada”, afirma.
“Acredito na justiça e, assim que o TJDF reverter a decisão do partido, buscarei minha reparação”, disse.
A deputada Isa Penna, também em nota, disse que a decisão pela expulsão foi uma resposta do partido não a ela ou ao deputado, mas sim a “todas as mulheres que se sentiram assediadas junto comigo há quase um ano”.
“Sou uma deputada e entendo a demora desse resultado. A demora, no entanto, sempre me faz pensar mas nas mulheres que nunca verão seus assediadores sendo punidos – seja porque não há respostas efetivas das instituições”, afirma.
A deputada diz que seguirá na “luta para não haja espaço para outros Fernando Cury, um exemplo do que não se deve fazer nem com as câmeras televisionando tudo, nem nos corredores de ônibus, nos becos, vielas, nos espaços de trabalho e nos lares do Brasil”.
Fonte: Informações do portal G1
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