Como é de conhecimento de todos, o ano de 2020 terá eleições municipais. Aqui em Botucatu o cenário vai ficando cada vez mais definido, embora que com menos intensidade do que em disputas anteriores.
As conversas ocorrem há algum tempo nos bastidores e ainda existem especulação, vontades pessoais ou coletivas, suposições e algumas certezas, ou quase tudo isso. O tabuleiro só poderá ser montado definitivamente após a definição de algumas peças.
Apenas para lembrar que em 2016 os candidatos e vices foram: Pardini/André Peres, Ielo/Caco Colenci, Reinaldinho/Pagani, Facioli/Cátia e Daniel/Bilo. Algumas dessas peças ainda se encontram do mesmo lado, outras, porém, tomaram caminhos distintos.
Vejamos então a situação e quais são os nomes que provavelmente estarão nas urnas eletrônicas em outubro deste ano. Confira.
Mário Pardini vai para a reeleição?
Um ponto crucial nesse cenário eleitoral é a definição do atual Prefeito de Botucatu Mário Pardini. Em recente entrevista à Rádio Criativa ele disse que a decisão de ir ou não ir está próxima de ser tomada, esperando apenas encaixar alguns pontos de sua vida familiar.
Se resta dúvida sobre a reeleição, a indecisão quanto ao vice é zero. Nessa mesma entrevista Pardini disse que se for, não há chance de ter outro vice que não seja novamente André Peres, hoje sem partido.
Há quem defenda outros nomes, há quem torça o nariz, mas parece que essa é a decisão pessoal de Pardini. Isso pode ser resultado de algo combinado lá atrás, em dezembro de 2015 e será endossada pelo PSDB.
O fato é que tendo André Peres novamente na chapa, a animosidade entre Pardini e os irmãos Fernando e João Cury diminui sensivelmente. Sim, estavam se estranhando há pelo menos dois anos.
Chegou a se cogitar que estariam em lados opostos, mas a votação Doria x França para governador aqui em Botucatu (virou quase uma disputa local) teve um resultado altamente negativo para o grupo do ex-prefeito de Botucatu, sendo uma demonstração de força do atual prefeito, que goza, segundo pesquisas internas e não divulgadas, de uma popularidade muito forte quando o assunto é candidatura e modo de governar a cidade.
Fernando Cury é Deputado e dificilmente queimaria seus 98 mil votos, deixando nas mãos eleitores não só de Botucatu, mas de todo estado. João Cury, após condenação em Segunda Instância no caso Sangari, não está apto ao pleito de 2020.
Sobre a indefinição de Pardini, a verdade é que a decisão já está tomada. Pardini será candidato, bastando o momento certo, em seu entendimento, para o anuncio.
Pessoas próxima ao Prefeito dizem que se divulga antes, o tempo para “apanhar” da oposição é maior. Mero detalhe, afinal, Pardini já recebe críticas de seus adversários mais próximos há algum tempo, mas o que parece, isso não tem surtido efeito no resultado dessas pesquisas que interlocutores afirmam ter.
Com a melhor avaliação de um prefeito nas últimas décadas, segundo algumas pesquisas, Pardini colhe bons números de uma popularidade, muito mais pela capacidade administrativa do que pelo jogo político.
Izaias Colino se coloca como alternativa
Vereador mais votado na última eleição e presidente da Câmara até o final de 2018, o Izaias Colino nunca escondeu de seus pares as pretensões de ser Prefeito de Botucatu. Perdeu a primeira tentativa pela vontade contrária de João Cury no final de 2015.
Ele se aproximou bastante do ex-Prefeito nos últimos dois anos, mas já disse para muita gente que tentará viabilizar sua candidatura, com ou sem o apoio dos Cury. Esse apoio dependeria do tamanho da briga dos irmãos Cury com Pardini, se que é teve briga de verdade.
Izaias deve pular fora do Ninho Tucano na próxima janela. Não se sabe qual a sigla que pode abrigar o parlamentar. Podemos, Avante, PP, PRB, são tantos partidos e dissidências que o povo se confunde. O Cidadania (antigo PPS), partido de Fernando Cury chegou a ser ventilado.
Pardini e Izaias nunca conseguiram falar a mesma língua e de um ano para cá esse abismo na relação ficou ainda mais flagrante. Não é incomum o ex-presidente da Câmara criticar o Prefeito, seja pela imprensa, redes sociais ou mesmo em rodas de conversas.
Com o slogan “Eu acredito no diálogo”, Colino tem intensificado suas conversas com lideranças, políticos e membros da sociedade como um todo. Cada encontro é registrado pelo pré-candidato na rede social.
Quem seria seu vice? Não deve haver uma certeza nem mesmo para ele, afinal, ainda falta definir seu partido e quem não estará ao lado de Pardini. Boatos tem aos montes, até de nomes que já foram embora de Botucatu.
Chegou- se dizer até mesmo em uma união com a Vereadora Rose Ielo, outrora ferrenha adversária no plenário da Câmara. Por enquanto esse caldo está frio. E já que estamos falando da família Ielo…
Mário ou Rose Ielo?
E Mário Ielo? Hoje no PDT e castigado por três derrotas consecutivas nas eleições municipais (em 2008 tentando fazer o sucessor, em 2012 contra João Cury e 2016 com Mário Pardini), deve de alguma forma participar do pleito em 2020. Há, porém, quem defenda hoje a candidatura de sua esposa, Rose Ielo.
Desde 2013 ela tem uma atuação combativa na Câmara Municipal e aparece mais que o marido no cenário político. Pessoas que já trabalharam com o ex-prefeito garantem que ele rechaçaria ficar de fora.
Ocorre que o cenário na composição da Câmara mudou, pois não há mais as coligações. Caso Rose seja candidata em uma chapa majoritária, seu marido poderia ser candidato a Vereador, arrebatando um número expressivo de votos. Mas quem é mais popular? Rose ou Mário (Ielo)?
Na eleição de 2018 eles seriam candidatos a Deputado, nas esferas estadual e federal. Tiveram suas candidaturas homologadas pelo PDT, mas desistiram do pleito.
Na oportunidade um assessor de Fernando Cury disse para muita gente que teve participação nisso. Nas discussões para a votação da represa em Botucatu, Rose e João Cury até trocaram tímidos elogios em entrevistas, mas isso já esfriou.
É provável que alguém saia candidato comandando uma chapa, só não se sabe quem. Fato é que pela primeira vez Mário Ielo já não unanimidade nem em casa e o nome de Rose ganha muita força.
PT e PSOL devem lançar candidatos
O PT, que um dia teve o poder nas mãos, caiu em um abismo eleitoral estratosférico e amargou pela primeira vez em 2016 uma eleição sem sequer eleger um vereador em quase 30 anos. O diretório em Botucatu, ao contrário da banda podre na esfera nacional, é composto por pessoas honestas e bem-intencionadas, mas está dilacerado por tudo o que sofreu a sigla.
Dizem até que PT e PSOL deveriam conversar intimamente esse ano para uma candidatura de esquerda mais forte. O PSOL em 2016 mudou de candidato na última hora (Bilo por Daniel Carvalho). Não é possível, portanto, prever quem vai empunhar o microfone do partido de Ivan Valente.
Tudo isso são as peças colocadas e discutidas atualmente, podendo ainda passar água debaixo dessa ponte. Mas como disse no passado o saudoso vereador Progresso Garcia, “Na política eu só não vi boi voar”. Esperemos!
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